Carlos Lupi assumiu o Ministério da Previdência prometendo rever a reforma do setor. O mesmo fez Luiz Marinho ao falar da reforma trabalhista que seria substituída por uma “nova legislação do trabalho”. O petista foi até mais longe: na fala ao O Globo, citou Deus e mandar empresários “terem fé” nas divindades petistas, incluindo ele próprio, claro.
“Vamos unir o Brasil, vamos dialogar com os incrédulos. Tenham crença. Falam tanto em Deus, então acreditem”, disse o petista, sem medo de passar vergonha.
Lupi, com dois minutos de comando na pasta, saiu detonando a legislação atual da Previdência. “Quero formar comissão quadripartite, com uma representação dos sindicatos patronais, com sindicatos dos empregados, com sindicatos dos aposentados e com governo, nós precisamos discutir com profundidade o que foi essa antirreforma da Previdência, discutir com números e com profundidade”, disse Lupi.
Tanto as propostas de Lupi quanto as de Marinho, em sua maioria, dependem de um detalhe importante: o novo Parlamento, que assume em fevereiro, precisa topar tais aventuras.
Por ora, Lula pode ser um bom articulador político, mas nada indica que terá maioria para desfazer reformas.
A semana foi marcada por um roteiro infinito de posses de um ministério pesado e ainda desprovido de entendimento sobre o real problema que acaba de receber da gestão de Jair Bolsonaro. Natural que os ministros políticos falem demais para buscar holofotes.
A festa serve para alimentar as redes sociais da militância, hoje lotadas de firulas, mas não garantirá a popularidade de Lula por muito tempo, caso o governo não pare de falar ao vento e decida focar no que realmente é importante ao país: gerar empregos, encaminhar investimentos e garantir uma blindagem fiscal diante de tantas bocas famintas por cargos, verbas e cofres de estatais.