“Embora Sérgio não fosse médico ou cientista, ele sabia como organizar uma resposta global a problemas globais complexos”, contou para a coluna o diretor de Sergio, cinebiografia do diplomata brasileiro cotado para suceder Kofi Annan na chefia da ONU. “A falta de liderança internacional hoje, neste momento de profunda crise, é indesculpável”, argumenta o diretor norte-americano Greg Barker.
“Sérgio viu mais guerra e conflito humano do que provavelmente qualquer um de sua geração, e ainda assim permaneceu otimista e acreditou no poder do espírito humano para superar obstáculos aparentemente intransponíveis. É possível ter esperança no meio da escuridão”, conta Barker, que dirigiu Wagner Moura no papel de Sérgio Vieira de Mello.
A trajetória de mais de 30 anos na ONU conferiu uma experiência ímpar ao brasileiro, desde negociar com o Khmer Vermelho no Camboja até mediar a independência do Timor-Leste, passando pelas guerras do Kosovo, Ruanda e Líbano.
“Essa é uma das razões pelas quais escolhi trabalhar no drama ao invés do documentário agora – as pessoas se conectam a histórias fortes e um filme sobre empatia e amor falará às pessoas neste momento de crise”, completou Barker.
O Al-Qaeda reivindicou a autoria do atentado à bomba ao Hotel Canal, em Bagdá, onde Vieira de Mello estava trabalhando em 2003.