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Diplomacia brasileira também apanha feio no grupo do BRICS

País ajuda a bancar orçamento bilionário de banco de desenvolvimento, mas perde para todos os países em captação de projetos, mostra a CNI

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 10 out 2019, 17h09
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  • Não é apenas na discussão da OCDE que a política internacional do governo de Jair Bolsonaro tem tomado um baile. Um levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostra que o Brasil está em larga desvantagem também no grupo de países de economias emergentes, o BRICS.

    Segundo a CNI, de cada 100 dólares que o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD) emprestou entre 2016 e agosto de 2019, apenas 6 dólares financiaram projetos brasileiros – de infraestrutura a desenvolvimento sustentável.

    O banco foi criado com aporte dos cinco países do grupo, Brasil, China, Índia, Rússia, China e África do Sul, que se comprometeram a integralizar em conjunto 10 bilhões de dólares até 2021. Cada país já repassou 1 bilhão de dólares.

    Até o mês passado, 37% dos desembolsos ocorreram para obras na China, em um total de 3,5 bilhões de dólares. A Índia tomou 30% dos recursos, ou 2,8 bilhões de dólares. Já a Rússia conseguiu financiar projetos em um total de 1,4 bilhão de dólares, o que representa 15% dos financiamento do banco. A África do Sul levou 1,1 bilhão em obras financiadas, ou 12% do total. E o Brasil? Tomou 621 milhões de dólares.

    O presidente da CNI, Robson Andrade, explica que um dos motivos para esse descompasso é o acesso ao banco. A CNI apoiou o governo cedendo instalações para o estabelecimento de dois escritórios regionais do Novo Banco de Desenvolvimento para as Américas, um em Brasília e outro em São Paulo. Para isso ocorrer, é preciso que o Congresso aprove o acordo de a criação desses escritórios no país, assinado em 2018, e que se encontra em tramitação na Câmara dos Deputados.

    “O Brasil é o último tomador de recursos do banco, embora tenha uma demanda reprimida para o financiamento de projetos de infraestrutura. Para a indústria, a abertura de um escritório no Brasil vai resolver um problema grave de acesso a esses recursos”, diz Andrade.

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