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Dez dias após saída de Doria, PSDB vira fantasma no debate presidencial

Ao rifar o ex-governador para virar satélite do MDB de Simone Tebet, a verdade é que o PSDB deixou de ser influente nos rumos do país

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 1 jun 2022, 15h04 - Publicado em 1 jun 2022, 10h29

Lula decretou nesta terça o fim do PSDB. O petista, como em quase tudo o que fala sobre a própria honestidade e biografia, exagerou. O partido continua governando estados importantes e tem chances de vitória em alguns lugares. No debate presidencial, no entanto, Lula foi certeiro.

Dez dias depois de João Doria desistir da disputa ao Planalto, abatido pelo boicote dos próprios caciques tucanos, que negaram a ele estrutura de campanha e palanques nos estados, o partido tornou-se um fantasma no debate sobre os rumos do país.

Doria tinha 4% nas pesquisas, carregava com ele a vitrine de ter governado o estado mais importante do país colhendo resultados na gestão da pandemia, na economia e em áreas que o governo de Jair Bolsonaro definhou, como meio ambiente e educação. Poderia liderar o debate, na campanha, de um programa econômico e administrativo que, se não fosse vitorioso, serviria para qualificar o processo eleitoral.

Ao rifar Doria para virar satélite do MDB de Simone Tebet, a verdade é que o PSDB perdeu voz e espaço no debate sobre o Planalto – há um movimento para que Eduardo Leite seja candidato, é verdade, mas ele perde força a cada dia.

Os partidos de esquerda, ainda que com poucas chances de vitória, sempre optaram por ter candidatos ao Planalto exatamente para marcar posição sobre suas bandeiras programáticas. A disposição de mostrar ao país sua visão política falava mais alto e ajudava a dar visibilidade aos candidatos ao Parlamento, além de obrigar os demais candidatos a falar de bandeiras progressistas.

Para o PSDB, ter Doria como candidato não ajudaria a ampliar suas bases no Legislativo. A avaliação vencedora foi a de que seria melhor a irrelevância no discurso sobre os rumos do Brasil para tentar manter-se vivo na luta paroquial da eleição ao Legislativo. O tempo dirá se a escolha foi um tiro no pé.

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