Com a queda do helicóptero que matou o presidente do Irã, Ebrahim Raisi, no último domingo, o ministro Mauro Vieira perdeu um de seus interlocutores frequentes sobre a guerra na Palestina.
O chefe do Itamaraty se reuniu com o chanceler Hossein Amirabdollahian, que estava na aeronave, três vezes em menos de um ano, sendo a última exatamente um mês antes do acidente, em Nova York — durante a retaliação de Israel ao ataque iraniano.
Os outros dois encontros ocorreram no ano passado: em 22 de setembro, à margem da Assembleia Geral da ONU, em Nova York, e em 2 de junho de 2023, na Cidade do Cabo, na África do Sul, durante reunião de ministros de Relações Exteriores do Brics.
O brasileiro e o iraniano também conversaram duas vezes por telefone, em 3 de novembro e 13 de dezembro do ano passado.
Vieira considerava a relação com o chanceler do Irã importante na hora de se tentar evitar qualquer escalada das tensões na região, como ocorreu em abril.
Na última segunda-feira, dia seguinte ao acidente, o Ministério das Relações Exteriores divulgou nota informando que o governo recebeu as notícias das mortes das autoridades iranianas “com profunda consternação”.
“O governo brasileiro estende aos familiares do Presidente Raisi, do Chanceler Abdollahian e das demais vítimas, e ao governo e povo iranianos os mais sinceros sentimentos de solidariedade e pesar pelas irreparáveis perdas”, disse o comunicado.