Numa espécie de balanço sobre o trabalho do primeiro mês da CPI da Pandemia, o relator Renan Calheiros revela nesta terça, em artigo publicado no Jornal O Globo, que o relatório final elaborado por ele irá estimar o número de vidas perdidas pelos atos e omissões do governo de Jair Bolsonaro na gestão da pandemia.
“Após a primeira etapa de depoimentos, podemos afirmar que milhares de vidas poderiam ter sido preservadas com escolhas sensatas, responsáveis e científicas. Ao fim dos trabalhos, teremos como quantificar o número de óbitos evitáveis, que redundaram em lágrimas e destruição de famílias”, diz Calheiros.
A demora e a opção deliberada por não comprar vacinas, o investimento na luta contra o distanciamento social, contra o uso de máscara e a favor de aglomerações, além da aposta diária na cloroquina e outras drogas sem efeito contra Covid-19, receberão uma marca numérica na CPI.
“Ao final, haverá um balanço definitivo para o conhecimento da sociedade. A sensação é de que assistimos ao fim de prolongado eclipse, quando as sombras vão se dissipando, e a luz vai ressurgindo gradualmente e renovando a vida”, escreve o relator.
Quase 500.000 vidas brasileiras, infelizmente, não se renovarão.