Com demora de um ano, governo libera patrocínio à Orquestra Petrobras
Sinfônica foi autorizada a captar R$ 24 milhões pela Lei Rouanet; pedido feito em setembro do ano passado só foi atendido nesta terça
Depois de uma demora de quase um ano, o governo federal autorizou a Orquestra Petrobras Sinfônica a captar patrocínio na lei de incentivo à cultura, a antiga Lei Rouanet. O objetivo é bancar as apresentações do grupo ao longo deste ano.
Na terça, o projeto “Orquestra Petrobras Sinfônica – Plano Anual 2021” foi enviado para homologação da Secretaria Nacional de Fomento e Incentivo à Cultura, que desde o início do governo de Jair Bolsonaro tem sido criticada por não conseguir dar celeridade às solicitações que chegam ao setor.
A orquestra foi autorizada a levantar 24,2 milhões de reais em patrocínios com entes privados, mas só conseguiu captar 4 milhões de reais até o momento. O conjunto, que se sustenta com recursos da Petrobras e receitas de bilheteria, inscreveu seu projeto na lei federal no dia 30 de setembro de 2020. Em fevereiro deste ano, a proposta foi pra análise da secretaria e ficou por lá até maio. Depois de mais quase quatro meses, em setembro, o projeto foi para a homologação. Neste momento, ele aguarda a assinatura do secretário Nacional de Fomento à Cultura, André Porciúncula.
A orquestra é um dos cerca de 50 projetos culturais apoiados pela Petrobras, que desde 2016 tem reduzido o escopo de sua atuação no setor. No segundo mês da gestão Bolsonaro, em fevereiro de 2019, o presidente avisou que todos os patrocínios da petroleira seriam reavaliados. Segundo o Radar apurou, a orquestra teve dificuldades para colocar de pé a temporada de shows deste ano, que teve a volta aos palcos do regente Isaac Karabtchevsky, afastado em razão das precauções com a Covid-19.
Esta coluna mostrou em julho passado que o humorista Dedé Santana, apoiador do presidente Bolsonaro, foi autorizado a captar 998,3 mil reais pela Lei Rouanet para o projeto de um circo itinerante. A mesma área que aprovou o espetáculo de Santana foi a que citou Deus e usou termos religiosos para negar o patrocínio para um festival de jazz na Bahia.