Coligações partidárias fraudam vontade do eleitor, diz Barroso
"Quem vota numa liderança feminista pode acabar elegendo também um pastor evangélico", diz ministro sobre modelo que pode voltar em 2022
O presidente do TSE Luís Roberto Barroso defendeu, nesta quarta, a posição contrária da Corte à volta das coligações partidárias.
O modelo, que permite a união de partidos em um único bloco na disputa de eleições, foi proibido em 2017. Na última semana, no entanto, a Câmara aprovou a volta das coligações. O texto agora está pendente de análise no Senado.
“É um modelo que frauda a vontade do eleitor e, portanto, frauda a democracia representativa”, declarou o ministro durante um evento da XP.
Barroso criticou, ainda, a perpetuação de siglas que funcionam como “negócio privado” e deu um exemplo do que classificou como incoerência no modelo de coligações.
“O PT se coligou com o que, à época, era o Partido Republicano. O PT tem específica posição sobre a condição da mulher e descriminalização do aborto. O PR era de base evangélica e é radicalmente contra a interrupção da gestação. Eles se coligam de forma que, quem votou numa liderança feminista, por exemplo, acabou elegendo também um pastor evangélico”, afirmou,