Em despacho assinado neste domingo, o corregedor nacional de Justiça, Luis Felipe Salomão, deu 15 dias para que a 13ª Vara Federal de Curitiba explique o que foi feito no caso da investigação do grampo encontrado na cela de Alberto Youssef no início da Operação Lava-Jato.
O caso é delicado porque pode derrubar a delação mais importante da operação, impactando uma série de investigações e decisões adotadas pela Justiça durante as diferentes etapas da investigação no Paraná.
O grampo na cela de Youssef foi revelado por VEJA ainda em 2014. Os investigadores sempre negaram que o dispositivo estivesse ativo, mas o avanço das apurações descobriu uma série de dados que mudaram o curso do caso, hoje sob investigação da Polícia Federal no gabinete do ministro Dias Toffoli, do STF.
No ato deste fim de semana, Salomão determinou que seja incluído no polo passivo do caso no CNJ o juízo da 13ª vara federal de Curitiba em vez do juiz Eduardo Fernando Appio.
“Determino a correção do polo passivo deste Pedido de Providências, uma vez que, compulsando os autos, verifica-se que os supostos fatos narrados e as condutas alegadas como irregulares na condução do processo que apurava a existência de referida escuta não estão relacionados ao magistrado Eduardo Appio, mas sim – a princípio – a outros magistrados que atuaram na 13ª Vara Federal de Curitiba. Desse modo, Appio foi incluído no polo passivo pois, à época de sua interposição, era o juiz titular da 13ª Vara Federal de Curitiba e havia desarquivado referidos autos para retomar a apuração de eventuais crimes cometidos, tendo em vista notícias de supostas fraudes anteriormente cometidas na sindicância realizada pela Polícia Federal e na condução do processo pelo Juízo da 13ª Vara Federal”, escreveu Salomão.