Carregador de malas de Aécio pediu ‘picanha’ a executivo da J&F
Incrivelmente, ele queria apenas um corte de bezerro desmamado
O termo picanha tem pelo menos dois significados para Joesley Batista e seus subordinados: a conhecida carne nobre e propina, duas especialidades do grupo.
Na última leva de diálogos entregues pelos executivos da J&F à PGR há uma conversa curiosíssima entre Ricardo Saud, braço direito de Joesley, e Fred Pacheco, o carregador de malas de Aécio Neves.
Fred pede ao interlocutor uma… “picanha”. Por acaso, ele se referia apenas a uma peça de carne.
“Eu não sou de pedir nada para ninguém não, mas tô querendo encorajar para te pedir um negócio”, diz Fred, antes de deixar claro o que pretendia.
Saud, acostumado a solicitações bem mais escabrosas, esclarece ao amigão de Aécio que o tal corte desejado por Fred é uma picanha especial de bezerro desmamado, que custa mais de 150 reais o quilo.
A resposta do executivo indica que ele fica mais à vontade para dizer “sim” quando a picanha é outra.
“O problema é que a produção é muito pouca, 5 000 quilos por dia, só”, despista Saud.