Bets pedem ao BC dados que alarmaram governo Lula, mas ficam sem resposta
“O que escalou essa crise toda foi um estudo de um órgão do Banco Central sem dados concretos”, afirma o presidente da ANJL, Plínio Jorge Lemos
A Associação Nacional de Jogos e Loterias (ANJL) pediu ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, os dados completos da nota sobre apostas com dinheiro do Bolsa Família que alarmou o governo Lula. Ficou sem resposta.
“O que escalou essa crise toda foi um estudo de um órgão do BC sem dados concretos”, afirma o presidente da ANJL, Plínio Jorge Lemos, que assinou o ofício ao chefe da autarquia.
Desde que o Banco Central publicou uma nota apontando que beneficiários do principal programa de assistência social do governo teriam gastado cerca de 3 bilhões de reais com as bets em agosto por meio do Pix, vários deputados e senadores apresentaram projetos para proibir a publicidade das casas de apostas.
Na última quinta-feira, Lula reuniu vários ministros para discutir medidas contra a “dependência psicológica” de jogos de azar.
O presidente da ANJL contesta os números do Banco Central. “Quando a gente pega aquela nota e cruza com o perfil do Bolsa Família, que tem 80% de mulheres, e com o movimento de casas de apostas, em que 90% a 95% dos apostadores são homens, chama a atenção se esse volume todo foi mesmo do Bolsa Família”, diz Lemos.