Alvo da Lava-Jato, a construtora OAS, publicou seu hoje seu balanço de 2015, com prejuízo de 1,4 bilhão de reais, praticamente em linha com o número vermelho em 1,5 bilhão do ano anterior.
Na avaliação dos auditores, contudo, o retrato que já é feio, deveria ser pior: as perdas estão subestimadas em 370 milhões e 870 milhões de reais, respectivamente.
A Deloitte deu um parecer com “opinião adversa”, jargão para quando a firma não concorda com os números apresentados pela contabilidade da empresa.
Alega que a construtora colocou 1,3 bilhão de reais em contas a receber por serviços prestados e de contratos com outras partes do próprio grupo OAS que tem baixa chances de se concretizarem – e, por isso, deveriam ter sido baixados do balanço.
Além disso, ajustou de uma só vez suas dívidas com base nas condições mais favoráveis previstas na recuperação judicial.
Na visão da auditoria, como ainda há muita dúvidas se os pagamentos de fato serão realizados sob esses novos termos, o reconhecimento da mudança nas condições deveria ter sido feito gradualmente à medida que os débitos fossem quitados.