Apesar de bloqueios, caminhoneiros do Rio reconhecem vitória de Lula
Há ao menos três bloqueios de estradas no RJ nesta segunda-feira
O Rio de Janeiro, assim como outros estados do país, tem registrado desde a madrugada desta segunda bloqueios de estradas promovidos por caminhoneiros pró-Jair Bolsonaro (PL) que ficaram insatisfeitos com a eleição de Lula (PT) para a Presidência. Segundo a PRF, o Estado tem nesta segunda ao menos três bloqueios de estradas em curso.
O Radar ouviu relatos de pessoas que estão há horas presas nas rodovias sem conseguirem seguir para os seus destinos. Uma fonte da coluna embarcou às 23h30 do domingo no Rio em um ônibus para São Paulo e está há quase nove horas parada no quilômetro 275 da via Dutra, na altura da cidade de Barra Mansa (RJ), onde há um bloqueio bolsonarista (veja o vídeo no final desta nota).
Sem comida no local, os viajantes do ônibus tiveram que caminhar pela BR-116 em busca de alimentos e água. Uma passageira contou ao Radar que pretende alugar um carro para seguir viagem por estradas secundárias até o destino na capital paulista.
Segundo uma liderança de caminhoneiros do Rio, os protestos não têm o respaldo dos sindicatos organizados da categoria. Em nota divulgada nesta segunda, a Associação Fluminense dos Transportadores de Carga (AFTRANSCAR) reconheceu a vitória de Lula e o parabenizou pela sua eleição.
A associação de caminhoneiros disse, também por meio de nota, que “o processo democrático ocorreu dentro da legalidade” e que se coloca a disposição para “a reconstrução do país” a partir do diálogo. Os caminhoneiros reclamam que nos últimos quatro anos de reivindicações, não houve avanço sobre as bases estabelecidas durante a greve da categoria em 2018. “Pelo contrário, nestes últimos anos só perdemos o que tínhamos”, registra a nota.
Ainda segundo a associação, o diálogo com Lula não será fácil, mas os caminhoneiros estariam dispostos a fazê-lo. “Parabenizamos o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e nos colocamos à disposição para mediar o diálogo entre o próximo governo e a categoria. Esse diálogo não será fácil, mas será necessário. A categoria precisa se unir para se fortalecer e conquistar as suas pautas”, diz a nota da AFTRANSCAR.