A criminalista Dora Cavalcanti pretende conduzir seu caminho na disputa pela presidência da OAB de São Paulo a bordo de uma kombi.
Parte do plano da defensora, que é pré-candidata ao cargo, é rodar o estado para conhecer melhor as dificuldades dos advogados e também para ser mais conhecida entre os aptos a votar na eleição da maior seccional da Ordem no país, com cerca de 350.000 inscritos.
Em outubro, quando a campanha começa oficialmente, a kombi azul e branca, pintada com a inscrição “A OAB tá ON”, será o veículo oficial da criminalista, conhecida, entre outras coisas, por defender réus na Lava-Jato.
Dora tem dito que é preciso haver mais diversidade nos quadros das OABs nos estados e principalmente no Conselho Federal.
Atualmente, diz ela, uma mulher preside a OAB do Amazonas, a única do país atualmente sob o comando feminino. Outras 15 advogadas disputarão o cargo de presidente nas eleições de seccionais nos estados marcadas para o final deste ano.
Para a defensora, a falta de diversidade persiste apesar de o Conselho Federal da entidade ter aprovado no final do ano passado cotas de 30% para mulheres e pessoas negras nas chapas que disputam as eleições nos estados.
“Com a aprovação da cota, tem muito pré-candidato homem, branco, que oferece uma posição de vice de chapa para uma mulher, ou uma secretaria. A gente quer mais do que isso. Os negros querem discutir assuntos para além do racismo. As advogadas querem discutir questões para além do gênero. As políticas que pretendemos formular são para todos, inclusive para os homens brancos”, diz ela.