Depois de anular a leniência da Odebrecht, o ministro Dias Toffoli terá agora a oportunidade de selar o destino de outro acordo vital para a Lava-Jato. O ex-doleiro Alberto Youssef reuniu provas contra Sergio Moro e acredita que elas podem anular sua delação, a mais importante da operação, que arrastou políticos e empreiteiros para a prisão por corrupção nas gestões do PT.
O ex-operador de propinas na diretoria de Abastecimento da Petrobras elaborou um inventário de atos de Moro que teriam contribuído para acobertar o escândalo do grampo clandestino encontrado na carceragem da Polícia Federal de Curitiba logo no início da Lava-Jato, como VEJA revelou em 2014.
Para Youssef, foi a suposta “ingerência” de Moro na investigação sobre o grampo que conseguiu abafar o caso e evitar que a Lava-Jato ruísse na primeira fase da operação, por seus métodos ilegais, antes mesmo de chegar aos figurões da corrupção na estatal.
Youssef pede – a representação será protocolada nesta sexta – a Toffoli que o STF assuma a investigação contra Moro no caso do grampo da PF e, atestando a ilegalidade, abra caminho para lançar a delação mais importante da Lava-Jato na mesma lixeira em que está o acordo da Odebrecht.