Na guerra dos bancões com as fintechs, surgiu uma nova dor de cotovelo regulatória: o open banking. Enquanto os grandes bancos estão sendo obrigados — e sofrendo muito tecnologicamente — a ajustar seus sistemas de forma que todos os clientes possam levar seus históricos para outros bancos, as fintechs ainda não estão obrigadas a participar. Mesmo sem a obrigação legal, fintechs como Mercado Pago e Neon decidiram aderir. Os grandes bancos cutucam e dizem que era de se esperar que a maior delas, o Nubank, que tem 41 milhões de clientes, também já estivesse espontaneamente na fase 2 do open banking. É nesta fase que os bancos começam a padronizar sistemas para trocar informações que vão permitir que clientes comparem os produtos dos bancos, transfiram seus históricos completos e facilmente possam mudar de instituição ou até mesmo possam fazer cotação personalizada de juros de crédito.
Questionado diretamente o motivo de ainda estar de fora, o Nubank diz que a partir de outubro vai disponibilizar que clientes pessoas física e jurídica façam pagamentos e transferencias via Pix a partir de outros ambientes. É uma resposta vaga, já que, a partir de outubro, o Banco Central inicia a fase 3 do open banking, justamente a do Pix, e nesta fase todas as fintechs serão obrigadas a participar, ou seja, o Nubank só vai oferecer um serviço que ele será obrigado a disponibilizar. A fintech não informou quando vai aderir à fase 2. Já a Stone, segundo fontes próximas à empresa, está aproveitando que o BC não exigiu sua participação na fase 2 para focar toda sua equipe de tecnologia para outras mudanças como a dos recebíveis, que têm dado uma dor de cabeça danada para a fintech. Já o Banco Inter informou, depois da publicação desta nota, se manifestou, mas basicamente disse apenas que não tem obrigação de entrar nas fases 1 e 2 do open banking.