A Petrobras confirmou ao Radar Econômico que o limite para que a empresa busque alinhamento de preços com o mercado internacional é de um ano e não mais três meses como era a regra que valia até início de 2020. Segundo fontes que conhecem bem a Petrobras, isso significa que, no limite, a diretoria da empresa pode optar por fazer apenas um reajuste por ano para se adequar à paridade internacional. No entanto, como se sabe, os diferentes presidentes que ocuparam o cargo na empresa optaram por fazer reajustes com mais frequência. Um dos motivos é que ao fazer um reajuste único, isso pode significar um aumento brusco de uma hora para outra.
De qualquer forma, a empresa hoje comandada por José Mauro Coelho, demitido por Bolsonaro, afirma que a política de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado global é a única forma de assegurar funcionamento adequado de suprimento. Coelho deve ficar no cargo até que seja realizada assembleia de acionistas que confirme os novos nomes de comando. Ou seja, a empresa sob o comando de Coelho sinaliza que vai manter os reajustes com periodicidade mais frequente.
Na extensa nota enviada na noite desta quinta-feira, 26, a empresa disse que matéria publicada ontem por esta coluna estava equivocada já que a empresa não alterou sua política de preços. A coluna reitera o que foi publicado ontem e esclarece que em nenhum momento disse que a política de preços de paridade internacional foi alterada. Apenas informou, como agora confirma a própria Petrobras, que o prazo para refletir os preços do mercado internacional é que foi alterado de três meses para um ano, ainda na gestão Castello Branco. Leia aqui.
Segue a íntegra da nova enviada pela Petrobras:
“Sobre matéria veiculada pela Veja no dia 26/5 a Petrobras esclarece que as informações sobre a prática de preços da companhia estão equivocadas.
A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado global de petróleo e derivados, acompanhando as variações para cima e para baixo. Com relação à periodicidade de reajustes, importante observar que a prática de preços da Petrobras passou por processo de evolução, tendo sido experimentado períodos com menor e maior frequência de ajustes, com reajustes até diários. Hoje, nos encontramos em nível que propicia um equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evitamos o repasse imediato para os preços internos da volatilidade externa e da taxa de câmbio, ou seja, evitamos o repasse de variações temporárias que podem ser revertidas no curto prazo.
A simples modificação do período da aferição da aderência entre o preço realizado e o preço internacional, de trimestral para anual, conforme informado em comunicado ao mercado de 7 de fevereiro de 2021, não significou alteração da política da companhia, que segue buscando o alinhamento ao mercado internacional.
Permanece inalterado também o monitoramento contínuo dos mercados por nossa equipe, o que compreende, dentre outros procedimentos, a computação e análise diária do comportamento de nossos preços relativamente aos preços internacionais e o planejamento de ações para, a qualquer tempo, corrigir desvios.
A prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado global de petróleo e derivados é a única forma possível de assegurar o funcionamento adequado do mercado de combustíveis no Brasil e a manutenção do suprimento e dos investimentos, sem riscos de abastecimento, pelos diversos atores: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras.”
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