Os analistas do banco suíço UBS rebaixaram a recomendação dos papéis da Braskem para neutra. A leitura é que os spreads (a diferença entre os preços de compra e venda) dos petroquímicos devem continuar pressionados entre os anos de 2023 e 2024. Além disso, não existe nenhum outro catalisador relevante para as ações no médio prazo – como uma possível venda das fatias de Novonor (antiga Odebrecht) e Petrobras na companhia. A Novonor detém 50,1% do capital votante da Braskem e 38,3% do capital total, enquanto a Petrobras possui 47% do capital votante e 36,1% do capital total. A avaliação é que o governo eleito deve promover novos investimentos nas estatais em vez de dar seguimento à atual política de venda de ativos não essenciais das estatais.
“A Novonor está supostamente em processo de venda de sua participação na Braskem para honrar seus pagamentos de juros/amortização com os credores. Esse processo já está em andamento há algum tempo, sem avanços“, começam os analistas. “Partes relevantes do próximo governo têm afirmado que a integração entre as operações de refino/petroquímicos é uma tendência mundial e que a Petrobras deve aumentar os investimentos em vez de pagar altos dividendos. Tais comentários podem implicar que a Petrobras poderia eventualmente decidir aumentar a capacidade petroquímica”, concluem. O Radar Econômico antecipou que a Novonor aguarda os passos do governo eleito para decidir o que fazer com sua fatia na Braskem.