O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a disparar contra a independência do Banco Central na noite da última quinta-feira, 2. Em entrevista à RedeTV, o presidente levantou a hipótese de rever a independência do banco ao final do mandato do atual presidente, Roberto Campos Neto, e voltou a criticar as metas de inflação da instituição, assim como a manutenção da taxa básica de juros a 13,75% ao ano. Lula também elevou o tom contra Campos Neto. “Esse país está dando certo? Esse país está crescendo? O povo está melhorando de vida? Não. Então, eu quero saber de que serviu a independência. Eu vou esperar esse cidadão Campos Neto terminar o mandato dele para a gente fazer uma avaliação do que significou o Banco Central independente”, disse. “O Brasil precisa voltar a crescer. Não existe nenhuma razão para a taxa de juros estar em 13,75%. […] Então, ele Campos Neto quer chegar à inflação padrão europeu? Não. Nós temos que chegar à inflação padrão Brasil. Uma inflação de 4,5% no Brasil, de 4%, é de bom tamanho se a economia crescer”, concluiu.
Sobrou até para a Eletrobras. A distribuidora de energia que foi privatizada ao final de 2022 também entrou na mira do presidente. Lula disse que a companhia precisa “recuperar o papel como patrimônio do povo”. As polêmicas e descabidas afirmações do presidente já provocam reações no mercado. Por volta de 9h30, o dólar comercial abria o dia em alta de 1,1%, cotado a 5,102 reais. Os futuros do Ibovespa apontavam para uma queda de 0,5%. “A mensagem reforça a desconfiança entre os investidores quanto à capacidade do Banco Central de cumprir seu mandato de levar a taxa de inflação para a meta, o que deverá fazer com que as expectativas para a inflação aumentem ainda mais. A mensagem mostra que o Banco Central entrou definitivamente na mira do PT”, alerta a Genial Investimentos.
Siga o Radar Econômico no Twitter