Na noite desta terça-feira, o ministro Paulo Guedes articulou um acordo com o Palácio do Planalto. Trocou o “fico” de Waldery Rodrigues à frente da Secretaria da Fazenda pelo silêncio dos secretários em pautas econômicas. A articulação já estava a cargo dos generais militares Walter Braga Netto (Casa Civil), Luiz Ramos (Secretaria de Governo) e Jorge Oliveira (Secretaria Geral da Presidência). Agora eles ficarão também calados perante a imprensa. Foi uma troca na qual a equipe econômica perdeu autonomia para defender as próprias pautas da pasta.
Ministros palacianos queriam que Waldery saísse. Jair Bolsonaro, que deu “cartão vermelho” ao secretário nesta manhã, também. Contudo, Guedes tem em Waldery “um soldado leal”, como disse um assessor.
Havia também um problema na saída de Waldery do cargo. Ele é servidor com estabilidade no Ministério da Fazenda. Seria necessário encontrar uma nova posição para o secretário. Guedes não queria deixá-lo escanteado como analista depois de ter uma carreira considerada brilhante dentro da pasta.
O fico, contudo, pode ser temporário. Uma alternativa boa a todos seria o encaminhamento do secretário para o setor privado, como outros secretários de Guedes fizeram. Poucos eram servidores. Mansueto Almeida, ex-secretário do Tesouro, foi o único servidor que integrava o primeiro escalão do Ministério a deixar a pasta com destino à iniciativa privada. Foi para o BTG Pactual.
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