Gil do Vigor, economista, quer ser presidente do Banco Central, e saiu do BBB com 14 milhões de seguidores no Instagram. Thelminha, médica, vencedora do BBB20, tem 6 milhões. Babu Santana, ator, também ex-BBB, tem 6 milhões. Todos eles viraram febre nas redes sociais e engrossam um caldo de influenciadores pretos que começam a se consolidar como um forte grupo de divulgação de marcas. A Mynd, uma das principais agências de influenciadores do país, lançou no fim do ano passado um núcleo específico para influenciadores pretos e já vê que vai fechar o ano com pelo menos como o terceiro maior faturamento da empresa. Mas não descarta ser o primeiro ou segundo.
A agência tem 30 criadores pretos no seu casting e Júlio Beltrão, que chefia a área na Mynd, estima ter pelo menos mais 20 até o fim do ano para chegar em novembro, no Natal dos Pretos, com opções de influenciadores para todas as marcas, mesmo as concorrentes. O que é o Natal dos Pretos? “É quando as marcas lembram que os pretos também são consumidores e aí correm para fechar cota em seus comerciais de Natal. E isso normalmente acontece em novembro”, diz Beltrão. O grande desafio é justamente mudar as marcas e vender o influenciador preto como âncora de uma campanha e não apenas como uma cota. E mais ainda, esses influenciadores não estão aí só para falar de temas como racismo ou histórias tristes. Eles querem falar sobre os produtos e entretenimento. A boa notícia é que muitas empresas já estão mudando, segundo Beltrão, e por isso a busca crescente pelos influenciadores pretos.
Beltrão diz que o racismo é muito presente nas redes e que os influenciadores pretos têm muito mais dificuldade de conseguir seguidores. Ele conta o caso da Thelminha que na edição do BBB em que participou e se sagrou vencedora foi a última atingir 1 milhão de seguidores. Juntos, os 30 criadores pretos da Mynd têm 65 milhões de seguidores.