A BRF reportou prejuízo líquido de 468 milhões de reais no segundo trimestre de 2022, mas os números ruins já eram esperados pelas casas de análise do mercado financeiro. Para os analistas do Credit Suisse, o pior pode já ter passado. “Acreditamos que o pior já passou, pois a oferta de aves foi ajustada, o que sustentou uma importante melhora nas margens. Em relação à carne de porco, a outra parte da história, começamos a ver algum alívio”, escreveram. No primeiro trimestre, o prejuízo foi de 1,5 bilhão de reais por problemas de demanda e inflação que obrigaram a empresa a conceder maiores descontos em seus produtos.
Para tentar reverter a situação, a companhia vai apostar na Copa do Mundo. “A prioridade no segundo semestre é execução e faremos investimentos para o final de ano para acelerar essa recuperação. Aproveitaremos a Copa do Mundo para isso. Sadia, Qualy e Perdigão terão presença forte no segundo semestre na mídia, o que acreditamos que irá melhorar a situação”, disse Marcel Sacco, vice-presidente de marketing e inovação da BRF em teleconferência com analistas.
Por outro lado, quem agradou mesmo o mercado financeiro no setor de frigoríficos foi a Minerva, outra gigante do setor. A companhia reportou lucro de 425 milhões de reais no segundo trimestre, cifra bem acima da expectativa da Genial, que apostava em lucro de 161 milhões de reais. “Além da melhora na oferta de gado no Brasil, onde estamos vendo maior disponibilidade do animal e consequentemente uma queda no principal custo da companhia, a China segue quebrando recordes de importações de carne bovina, tanto do Brasil quanto de outros países na América do Sul, onde a Minerva também possui operações”, escreveram os analistas. Por volta de 13h, as ações da Minerva subiam 5,5%, enquanto as da BRF afundavam 9%.
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