A varejista Polishop teve seu pedido de recuperação judicial (RJ) deferido pela Justiça de São Paulo na segunda-feira, 20, após um duro processo de reorganização em que fechou 80% de suas lojas físicas. A empresa atingiu seu pico em número de lojas entre o final de 2022 e início de 2023, quando contava 280 pontos de venda. Hoje, sobraram 58 estabelecimentos, sendo que mais de 10 foram encerrados apenas nos últimos dois meses. No entanto, três novas lojas foram abertas no mesmo período, nos shoppings Morumbi Town, 3 Américas e West Plaza. Outros tantos pontos de venda, cerca de 30% dos que existem hoje, estão em risco de despejo. No pedido de RJ aceito pela Justiça, a empresa solicita a suspensão das ações de despejo.
A Polishop elenca a pandemia da Covid-19 e a alta dos juros como fatores que têm prejudicado o varejo como um todo e seus negócios. Desde a pandemia, a empresa demitiu cerca de 2.000 funcionários, sobrando cerca de 500. A derrocada da empresa nos últimos anos culminou numa dívida de 352 milhões de reais, como declarado em seu pedido de RJ. Em entrevista a VEJA no ano passado, quando a Polishop fechou quase 130 lojas, o dono da empresa, João Appolinário, enfatizou que o ciclo de baixa dos juros então recém-iniciado provavelmente melhoraria a situação do varejo. “Com a queda dos juros, baixando o custo do dinheiro, isso deve causar uma mudança no humor tanto para o consumidor quanto para a indústria e o varejo”, disse.