As fortes chuvas que caíram sobre o Litoral Norte de São Paulo no último feriado de Carnaval provocaram a morte de 54 pessoas. Outras 4 mil pessoas estão desabrigadas. O desastre é resultado de séculos de negacionismo ambiental e reforça a urgência de ações para reverter as mudanças climáticas. O acúmulo de 682 milímetros de chuva em 15 horas em Bertioga é um recorde histórico no país. A capa de VEJA desta semana aborda o assunto. No campo corporativo, as seguradoras trabalham para remover os veículos que ficaram submersos em razão das chuvas e começam a indenizar seus clientes. Os analistas da Genial Investimentos estimam um impacto de até 20 milhões de reais nas contas da Porto Seguro, uma das maiores seguradoras do país e que está listada na bolsa de valores. Apesar do efeito atípico, os analistas avaliam que o desastre não terá impacto tão grande nos números da companhia.
A Genial chegou a esse número por meio de uma equação matemática. A corretora estima que cerca de 1.700 veículos segurados pela Porto tenham sido atingidos e que aproximadamente 200 destes (12%) tenham tido perda total, a um preço médio de ressarcimento de aproximadamente 100 mil reais. Assim, o montante total de sinistros para perdas totais é de 20 milhões. No entanto, a companhia conseguiria recuperar parte desses automóveis e vender por aproximadamente 50% do preço da tabela Fipe. Logo, a Porto teria uma “reversão de sinistros” de 10 milhões. Ao mesmo tempo, a Genial estima um custo de 6 milhões em reparações dos demais veículos e de 4 milhões de custos de serviço e atendimento. Assim, o impacto seria de 20 milhões e reais nos números do primeiro trimestre de 2023.
“Nossas projeções levavam em consideração um lucro projetado para o 350 milhões de reais no primeiro trimestre. Considerando um aumento de 20 milhões na sinistralidade de auto, o lucro esperado para o trimestre teria uma redução de apenas 3,1%. Apesar do desastre natural ocorrido, entendemos que o evento não será desastroso para a geração de resultado da companhia”, escrevem em material enviado a clientes. As buscas por sobreviventes continuam na região, assim como os trabalhos de reconstrução das cidades atingidas.
Saiba como realizar doações para as vítimas.
Siga o Radar Econômico no Twitter