Apesar de um relatório da Bloomberg New Energy Finance posicionar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como maior credor do segmento de energia renovável do mundo, o banco não pode tudo, como lembra sua diretora de transição energética, Luciana Costa. Em entrevista ao Radar Econômico, Luciana diz que a transição energética brasileira depende de diferentes tipos de capital: público e privado, nacional e internacional. “Alguns países estão tratando o tema com barreiras protecionistas, como o Inflation Reduction Act (Ato para a Redução da Inflação, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Esse modelo não se sustenta no Brasil”, disse durante evento de VEJA sobre a transição energética, na segunda-feira, 21. A executiva defende que o BNDES precisa mostrar as vantagens comparativas do Brasil para o mundo quando o assunto é a geração de energia renovável, de modo a atrair investimentos privados também do exterior. “O que fazemos é criar as condições para atrair o investimento privado e reduzir o custo de capital”, diz. A estratégia é particularmente importante em relação ao hidrogênio verde e usinas eólicas offshore (fora da costa, em inglês), fontes de energia renovável que seguem custosas quando comparadas às alternativas mais danosas ao meio ambiente. No entanto, Luciana alerta que “é muito mais caro não fazer a transição energética”, uma vez que os prejuízo futuro para a economia seria “gigantesco”.