VEJA Mercado | Fechamento | 22 de outubro.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, apareceu, e o mercado financeiro ainda digere a coletiva do ministro, acompanhado do presidente Jair Bolsonaro. Para os analistas, Guedes admitiu que furou o teto, e que as falas foram mais do mesmo. “Ele não trouxe nenhuma novidade. A matemática é clara: mesmo com a conta criativa do governo, o teto está rompido. Reajustar o dispositivo é juridicamente possível, mas, agora, pode mudar mais duas, três, quatro vezes, não sabemos mais a referência”, diz Ubirajara Silva, gestor da Galapagos Capital. No entanto, o fato do ministro finalmente ter dado às caras, para mostrar que fica no governo e tentado explicar o novo Bolsa Família diminuiu o ritmo de queda da bolsa, mas mesmo assim fechou no vermelho, demonstrando essa desconfiança.
O Ibovespa, que chegou a cair aos 103 mil pontos no meio do dia, fechou em queda de 1,34%, a 106.296 pontos. O dólar, que chegou a bater 5,75 reais, fechou a 5,627 reais, uma queda de 0,7%. Os juros futuros, que chegaram a renovar as máximas históricas ao longo do dia, terminaram estáveis, mas a um patamar ainda elevado. O DI para 2024 fechou a 11,31%, enquanto o DI para 2031 fechou a 12,05%. Um cenário de juros futuros elevados transfere a atratividade da bolsa para a renda fixa.
Mesmo diante de uma queda mais atenuada, os principais destaques de alta na bolsa são de empresas exportadoras, que se beneficiam do dólar alto. “O mercado busca as exportadoras pela variação do dólar e por estarem ligadas ao mercado externo, não tem como apostar no mercado interno”, diz Silva. Klabin e Suzano fecharam em altas de 7,5% e 7,2%, respectivamente. No lado das baixas, a intensa volatilidade da bolsa, do dólar e dos juros futuros afetou o setor financeiro. Itaú e Bradesco fecharam em quedas de 4% e 3,6%, respectivamente.