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Pé na estrada

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Viagens de carro para quem ama o caminho tanto quanto o destino
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Viajamos com a nova geração de clássico SUV sul-coreano em versão híbrida

A bordo do Kia Sportage, vendido no Brasil há 27 anos, fomos para o interior de São Paulo e testamos sua mais recente geração, tecnológica e potente

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 set 2024, 12h37

O Kia Sportage é um daqueles carros que têm tradição no mercado brasileiro. Lançado originalmente em 1993, começou a ser vendido aqui há 27 anos. Foi pioneiro entre os SUVs compactos de visual off-road. Desde a primeira geração, passou por mudanças visuais e tecnológicas, mas manteve a boa fama por aqui. Atualmente, está na quinta geração. Se perdeu um pouco do apelo aventureiro, compensa com um dos visuais mais futuristas disponíveis na atualidade e um pacote farto de assistências ao motorista.

O Sportage ocupa uma posição interessante no portfólio atual da montadora sul-coreana no Brasil que, embora enxuto, tem modelos disponíveis para atender a diferentes perfis de público. Há o recém-anunciado elétrico EV5, o compacto Stonic, um híbrido leve, ligeiro e confortável; o híbrido Niro, testado aqui no blog, tecnológico e econômico; o espaçoso Carnival, pensado para famílias grandes; e até o comercial leve Bongo. Faltava uma opção com direção mais empolgante. É aí que entra o Sportage, o SUV de porte médio que anda bem, graças ao novo motor à combustão 1.6 turbo de 180 cv e 27 kgfm, com transmissão automatizada de dupla embreagem com 7 velocidades.

A grande novidade, no entanto, é o sistema híbrido leve, ou “mild hybrid“. ignifica que ele tem um motor elétrico que ajuda o carro a aproveitar as velocidades de cruzeiro para otimizar o gasto de combustível. É semelhante ao usado pela montadora no Stonic. Mas como isso tudo funciona na prática? Passamos uma semana com o carro e aproveitamos uma viagem ao interior de São Paulo para ver como ele se comporta na estrada.

Spoiler: ele tem direção precisa e motor que empolga.

Mas antes, é preciso falar do visual, que chama a atenção logo de cara. A grade é chamativa e imponente, os faróis tem uma curiosa forma de bumerangue e a leve caída na traseira dá um toque aerodinâmico ao carro, que tem dimensões grandes (4,51 m de comprimento, 1,86 m de largura e 1,65 m de altura). Parte do apelo está nas cores. Embora a paleta privilegie as variações monocromáticas (prata lunar, cinza denta, preto pérola, branco casa e branco luxo), há um interessante vermelho infra e o mais interessante, verde aventura.

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O interior é outro ponto positivo. O acabamento é bem feito e elegante. A enorme tela digital, que junta o painel de instrumentos e a central multimídia, é responsiva, com boa resolução. Há carregador de celular por indução e um inteligente sistema de porta-copos que pode ser convertido em um porta-objetos facilmente, deslizando o suporte dos copos. O enorme teto solar panorâmico dá sensação de amplitude ainda maior em um carro que já tem dimensões generosas. A vida de quem vai na segunda fileira é tranquila, com espaço suficiente para pernas e cabeça. E o porta-malas, com 503 litros, é um dos maiores da categoria.

As malas de um casal para passar o final de semana fora couberam com enorme folga. Com o carro carregado, partimos para a estrada. Nosso destino era a cidade de Vargem, a pouco mais de 120 quilômetros da capital. Seguindo pela Rodovia Fernão Dias, é a penúltima cidade antes de Minas Gerais, pouco antes de Extrema. É um município relativamente novo que fez parte de Bragança Paulista por muito tempo. Foi habitada por bandeirantes em busca de ouro e agricultores que queriam fomentar o comércio entre o sertão e o litoral. Viveu os dias de glória no início do século 20, época da construção da estrada de ferro Bragantina. Tornou-se município independente em 1964, voltou à condição de distrito de Bragança Paulista em 1970 e só recebeu a autonomia definitiva em 1991. Hoje é uma cidade pacata, de apenas 10 mil habitantes.

O caminho até lá é conhecido. Já testamos outros carros aqui no blog em viagens pela Fernão Dias. Há os trechos inicias de serra, seguidos por retas em que a velocidade máxima permitida é mais alta. Em qualquer situação, o Sportage se mostrou ligeiro e responsivo – e até empolgante. Apesar do tamanho, anda bem. A Kia divulga que a aceleração de 0 a 100 km/h é feita em 8,8 segundos, tempo bastante interessante. Mas o importante mesmo no dia a dia é a retomada, especialmente em momentos de ultrapassagens. E nisso ele se sai muito bem. A posição elevada de direção e o generoso pacote de tecnologias, incluindo frenagem autônoma de emergência, piloto automático adaptativo, alerta de ponto cego e de tráfego cruzado, dão segurança.

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Porta-malas do Kia Sportage é generoso, com 503 litros, e espaço interno é ponto forte – (André Sollitto/VEJA)

O consumo talvez seja seu ponto fraco. De acordo com a medição do Inmetro, faz 11,5 km/l na cidade e 12,1 km/l na rodovia. Obtivemos médias bem próximas disso. O sistema híbrido não impulsiona as rodas, mas em teoria otimiza o uso do combustível. Ele ajuda a recuperar a energia cinética nas frenagens e têm um modo de condução, Velejar, que desliga o motor à combustão em trechos de descida ou planos. Na estrada, o modo Velejar funciona melhor nas descidas. Nas retas, o carro vai perdendo velocidade gradualmente, e logo é necessário pisar novamente no acelerador.

A quinta geração do Sportage é rápida, tecnológica e confortável. É o carro mais empolgante do portfólio atual da montadora. É vendido em apenas uma versão, EX Prestige, por R$ 274.990. Tem muitos predicados, mas seu segmento é um dos mais concorridos do mercado atual. Há o Toyota Corolla Cross, que custa R$ 213 mil na versão XRX. Entre os chineses, concorre com GWM Haval H6 PHEV (híbrido plug-in), na casa dos R$ 281 mil, e com o BYD Song Plus, que custa R$ 239.800. Para quem dispensa o sistema híbrido leve, há o Jeep Compass Blackhwak Hurricane, versão topo de linha com o motor da Ram Rampage, por R$ R$ 285.590. O longo histórico por aqui pode ser um ponto a seu favor.

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