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Por André Sollitto
Viagens de carro para quem ama o caminho tanto quanto o destino
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Rodamos 1.200 quilômetros com o carro híbrido mais vendido do momento

A bordo do Haval H6 PHEV, da GWM Brasil, percorremos o interior de São Paulo e Paraná para testar o modelo na estrada

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 fev 2024, 16h53 - Publicado em 2 fev 2024, 16h31

A cidade de Londrina pode até não estar entre os principais destinos turísticos do Paraná. A capital, Curitiba, é conhecida pela cena gastronômica e cultural que atrai mais de 7,4 milhões de turistas por ano. Foz do Iguaçu, na fronteira tríplice, com as belezas naturais das Cataratas, é outro ponto bastante conhecido, que recebe cerca de 1 milhão de pessoas anualmente. Quem busca praias pode preferir ir a Guaratuba ou ao município vizinho de Matinhos. Mas Londrina é um polo estudantil que atrai jovens do interior de São Paulo, Paraná, Minas e Mato Grosso do Sul. Com 500 mil habitantes, é uma cidade que merece uma visita.

Por ser relativamente longe da capital paulista – são pouco mais de 500 quilômetros -, muitos preferem ir de avião. Gol, Latam e Azul têm voos que cobrem a distância em pouco mais de uma hora. Mas o blog não chama Pé na Estrada à toa. Sempre que possível, prefiro ir de carro. E, dessa vez, fizemos o trajeto a bordo do Haval H6 PHEV, da GWM Brasil, montadora chinesa que fez bastante barulho com seu SUV médio. A versão testada, híbrida plug-in (com uma bateria elétrica que pode ser carregada na tomada), é a intermediária, vendida a R$ 269 mil. Há uma mais simples, híbrida comum, e a versão GT (R$ 315 mil), com dois motores elétricos.

De cara, o que chama atenção é o porte e o visual. O Haval H6 é grandalhão, mas não quadradão, com uma interessante grade frontal, bastante chamativa. Ele é alto (1,72 m.), com uma boa altura do solo (182 mm.), e o espaço interno é vasto. Na primeira fila, os dois ocupantes vão confortáveis. Quem vai na segunda fileira, então, tem ainda mais conforto – ele comporta até três pessoas, embora em duas a experiência seja ainda melhor, com o apoio de braço e porta-copos retrátil. O teto solar é realmente panorâmico, enorme, que amplia ainda mais a sensação de espaço. O modelo GT tem um visual cupê, mais esportivo, com o vidro traseiro inclinado. O porta-malas, de 560 litros, comporta bastante bagagem. Fomos com duas malas grandes e quatro mochilas, além de alguns cacarecos menores. Coube tudo sob a cobertura. Sem ela é possível empilhar ainda mais coisas, mas a visibilidade traseira fica comprometida.

Porta-malas de 560 litros é generoso e cabe muita bagagem -
Porta-malas de 560 litros é generoso e cabe muita bagagem: são duas malas grandes e quatro mochilas, além de outros itens avulsos – (André Sollitto/VEJA)

Na estrada, a qualidade da pilotagem surpreende. Apesar do tamanho, ele é macio e ganha velocidade com facilidade. A direção é bem leve – até demais, na verdade. Em velocidades mais altas seria interessante ter um pouco mais de peso para que qualquer mudança não pareça tão brusca. O head up display, que projeta no vidro informações importantes, como a velocidade do carro, as placas de velocidade e direções da navegação, é muito útil. O piloto automático funciona bem, especialmente em uma estrada predominantemente reta como a Castello Branco. O único porém são os freios. Eles não são progressivos e não respondem à diferença de pressão na pisada. Portanto, exigem um certo cuidado. A vantagem é que os alertas de segurança, como a aproximação do veículo à frente, são tão escandalosos que “obrigam” o motorista a manter a atenção sempre redobrada (embora seja possível desligá-los).

Após cerca de três horas, mais de trezentos quilômetros percorridos, chegamos ao final da rodovia. Para quem nunca percorreu sua extensão completa, a Castello Branco simplesmente termina um pouco depois de Águas de Santa Bárbara. A via vai afunilando e, após um trevo, você está em uma estrada menor, mas em bom estado de conservação – a rodovia Eng. João Batista Cabral. Lá, em uma unidade do Graal, encontramos um carregador para os motores elétricos. Na estrada, o Haval H6 prioriza a eletricidade, e o motor à combustão só entra em ação depois que a carga foi completamente utilizada. Mas o aplicativo que dá início ao processo não funcionou de primeira e quando finalmente conseguimos conectar a velocidade de recarga era muito lenta. No momento de ir embora, novo problema. O aplicativo não finalizava a recarga e o conector ficou preso. Foi preciso usar um “macete” para desconectá-lo manualmente.

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De volta à estrada, com apenas 12% de carga elétrica. O trecho entre Santa Cruz do Rio Pardo e Londrina tem cerca de 200 quilômetros, a maior parte deles em rodovias tranquilas, recém-asfaltadas. Alguns trechos, ainda não revitalizados, estão com o asfalto bastante prejudicado. Parte do percurso é em vias simples, mas há faixas adicionais em pontos estratégicos para facilitar as ultrapassagens. A sensação geral é de segurança.

Estradas de São Paulo a Londrina são boas e seguras. No detalhe, o head-up display, com informações úteis, como a velocidade e indicações de navegação -
Estradas de São Paulo a Londrina são boas e seguras. No detalhe, o head-up display, com informações úteis, como a velocidade e indicações de navegação – (André Sollitto/VEJA)

E após seis horas e meia atrás do volante, o Haval H6 não decepcionou. É confortável, veloz nas ultrapassagens e divertido de guiar. Toda a navegação é feita pelo sistema do próprio carro, o que causa estranhamento no início, especialmente para quem está acostumado a usar o Android Auto ou Apple Car Play. Mas o sistema é bastante competente. Tudo é feito pela tela touch, inclusive o ajuste da temperatura do ar condicionado, o que atrapalha em alguns momentos. Há tanta preocupação com a segurança que até a velocidade é projetada no vidro, para que o motorista não precise tirar os olhos da estrada. Mas são necessários vários cliques na tela até achar o ajuste ideal.

Hora de curtir um pouco a cidade de Londrina, bastante charmosa e organizada. O centro está repleto de opções de hospedagem, entre hotéis e apartamentos para aluguel por temporada. Muitos são pequenos, pensados para os estudantes, mas bem equipados. A região é ótima pela variedade de comércio, restaurantes e bons bares – o estado é o quinto com a maior quantidade de cervejarias do Brasil, e as torneiras reúnem rótulos da região. Para os mais aventureiros, há cachoeiras a menos de 5 quilômetros do centro. Há museus e shoppings bem completos. Tem de tudo.

Nesse ambiente urbano, o motor elétrico faz todo o sentido. Graças à regeneração durantes as frenagens, a GWM promete um rendimento de até 28 km/l. Não pudemos comparar os números, porque foi impossível carregá-lo. Com a ajuda de aplicativos como o PlugShare, encontramos alguns carregadores na cidade. No shopping, as quatro estações estavam lotadas em todas as ocasiões. Há alguns de acesso restrito ao público, e outro em um supermercado da rede Angeloni. Na terceira tentativa, conseguimos plugar, mas a lentidão do dispositivo prejudicou a recarga. De acordo com a montadora, são necessárias 5 horas em um wallbox para a obter a carga completa. Mas era inviável ficar esperando todo esse tempo no mercado.

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Por conta disso, a autonomia foi prejudicada. Sem alternativas de carregamento na estrada, usamos apenas uma carga completa. Dos mais de 1.200 quilômetros rodados, apenas 150 foram com o motor elétrico. No total, o rendimento ficou em 12 km/l, com gasolina – não de todo ruim, considerando as duas toneladas do carro e seu bom desempenho na estrada, mas longe de ser excelente. No total, deu para rodar cerca de 750 km com um tanque cheio e uma carga completa. Com o tanque quase acabando, o visor simplesmente deixa de mostrar a autonomia restante – o que é desesperador. Paramos no posto mais próximo para evitar qualquer contratempo.

Cabine é espaçosa e tem bom acabamento, mas é impossível manter as superfícies pretas brilhantes sem marcas de dedos -
Cabine é espaçosa e tem bom acabamento, mas é impossível manter as superfícies pretas brilhantes sem marcas de dedos – (André Sollitto/VEJA)

A experiência ao volante do Haval H6 PHEV mostra porque ele fez tanto sucesso. Pelo porte, ele compete com SUVs grandes, como Jeep Commander e Tiggo 8. É quase grande demais para bater de frente com outros médios, como o Jeep Compass. O acabamento da cabine é acima da média, as tecnologias embarcadas facilitam a direção, e os motores elétricos são ideais para o uso urbano. Na estrada, se não for possível recarregar a bateria, o consumo não é espetacular, mas o tanque grande evita visitas constantes ao posto de gasolina.

Por tudo isso, o Haval H6 começo o ano na liderança das vendas de veículos híbridos, com 1.619 unidades emplacadas em janeiro, à frente do BYD Song Plus, Toyota Corolla Cross e Toyota Corolla – isso levando em conta a soma dos modelos. E a GWM, aproveitando o bom momento, tem grandes planos para o Brasil. No ano passado, comprou a antiga fábrica da Mercedes em Iracemópolis, no interior de São Paulo, e lançou o Ora, compacto elétrico de visual chamativo e boa autonomia para o uso urbano. Há planos de trazer também picapes de outra de suas marcas, a Poer. O Haval H6 é um bom cartão de visita para a montadora chinesa.

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