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Pé na estrada

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Viagens de carro para quem ama o caminho tanto quanto o destino

Falta de fiscalização em rodovias federais aumenta os riscos de acidentes

Dados da Confederação Nacional dos Transportes aponta que aconteceram 64.447 acidentes em 2022; média foi de sete acidentes a cada 10 quilômetros

Por André Sollitto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 20h59 - Publicado em 22 set 2023, 18h52

Durante a Dados da Confederação Nacional dos Transportes aponta que aconteceram 64.447 acidentes em 2022; média foi de sete acidentes a cada 10 quilômetros, evento anual previsto pelo Código Brasileiro de Trânsito (CTB) e que em 2023 acontece entre 18 e 25 de setembro, diversas campanhas educativas são realizadas pelo país. Mas muitas delas ficam concentradas nos grandes centros urbanos. Nas rodovias, principalmente federais, faltam tanto ações efetivas de fiscalização quanto de conscientização, já que o perigo é grande.

Dados da Confederação Nacional dos Transportes (CNT) apontam que no ano passado as rodovias federais registraram 64.447 acidentes com 52.948 vítimas, entre mortos e feridos. De acordo com a mesma pesquisa, a média foi de sete acidentes a cada 10 quilômetros. São números estarrecedores.

Hoje, a malha federal tem 75,8 mil quilômetros. E sabe-se que elas representam um perigo maior. Outro estudo, feito pela Fundação Dom Cabral, aponta que entre 2018 e 2021 foram registrados 264.196 acidentes nas rodovias federais, sendo 79,7% deles em vias administradas pelo poder público, e o restante em rodovias concedidas à iniciativa privada. Acidentes acontecem em todas as rodovias do país, tanto naqueles sob gestão do poder público quanto aquelas sob concessão, sejam elas estaduais ou municipais.

Mas falta investimento do governo em infraestrutura. Na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, foram apenas R$ 48,9 bilhões em investimentos e R$ 2,1 bilhões em outorga. Em junho deste ano, o Ministério dos Transportes do governo de Lula anunciou a nova política de concessões rodoviárias, que prevê R$ 300 bilhões em investimentos até 2026. Outros R$ 70 milhões serão investidos na recuperação de estradas, sendo R$ 20 bilhões ainda em 2023. É preciso acompanhar e cobrar as promessas.

De imediato, um exemplo claro de como a segurança poderia ser melhorada nas estradas envolve a fiscalização de veículos. Um levantamento da Polícia Rodoviária Federal (PRF) indica que 5% dos acidentes em rodovias federais acontece por falha mecânica. Uma solução é a inspeção periódica da frota, programa previsto no CTV desde 1997, mas que nunca foi implementado.

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De acordo com a Federação Nacional da Inspeção Veicular (FENIVE), há um prejuízo financeiro enorme envolvido nesses acidentes, além do óbvio custo humano. Em 2022, o valor chegou a quase R$ 13 bilhões.

Viajar de carro pelo Brasil é uma forma especial de ver tudo o que o país tem a oferecer. Mas é preciso cuidado. Nas estradas, os acidentes são muito mais graves do que aqueles registrados nos perímetros urbanos. Há muitos caminhões, alguns com manutenção atrasada. Sem fiscalização, podem provocar danos irreparáveis.

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