Agora elétrica, nova geração do Macan mantém a alma esportiva da Porsche
Modelo que funciona como porta de entrada para o portfólio da montadora alemã é versátil e ótimo de guiar
O Macan tem um papel extremamente importante no portfólio atual da Porsche. Embora não tenha sido o primeiro SUV da montadora alemã – o mérito cabe ao irmão maior, o Cayenne -, o Macan tornou-se a porta de entrada de muitos consumidores para a marca. Tem um porte um pouco menor, é versátil, capaz de ser usado no dia a dia sem problemas, ao mesmo tempo em que oferece a esportividade esperada de um Porsche. Agora, 10 anos depois de seu lançamento, ele surge renovado, totalmente elétrico, em quatro versões diferentes.
Não é o primeiro carro totalmente elétrico da Porsche. Já em 1898 Ferdinand Porsche (1875-1951) apresentou o Egger-Lohner C.2 Phaeton, capaz de alcançar 35 km/h e tinha autonomia de 80 quilômetros. No mercado atual, no entanto, foi o Taycan o primeiro modelo contemporâneo a usar apenas propulsores elétricos. O portfólio conta com versões eletrificadas, como o Cayenne híbrido plug-in, mas o Macan é o primeiro SUV elétrico.
Montado sobre a sobre a base Premium Platform Electric (PPE), o novo Macan chega em quatro versões. A mais básica conta com um único motor elétrico síncrono de 360 cv e 57,4 kgfm de torque, montado sobre o eixo traseiro, mantendo a tradição dos modelos da marca. Custa R$ 560 mil. Acima dela, há o Macan 4, por R$ 580 mil, com 387 cv. e um motor elétrico dianteiro Ambas tem velocidade máxima de 220 km/h. Logo acima, o Macan 4S ganha um motor mais potente no eixo traseiro, capaz de gerar 448 cv de potência e faz de 0 a 100 km/h em 4,1 segundos, por R$ 680 mil. No topo da gama está o Macan Turbo, de 585 cv. Por R$ 770 mil, o cliente leva uma máquina capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 3,3 segundos e alcançar 260 km/h. Apesar de não ter um turbocompressor, manteve a nomenclatura que indica a versão mais potente. Todas foram projetadas sobre a plataforma de 800 V que garante uma autonomia de cerca de 440 quilômetros (com ligeira variação de acordo com o modelo escolhido).
Os valores são relativos apenas às versões sem opcionais. O preço real pode subir muito, já que a personalização é infinita. Há, por exemplo, 10 opções de rodas, além de 14 cores padrão e outras 59 adicionais. Entre os acréscimos interessantes está um head up display com realidade aumentada (que só funciona para quem opta por não blindar o carro). Além das quatro elétricas, será possível escolher entre as já existentes versões à combustão, que continuarão à venda.
Mas como anda esse novo Macan elétrico? Para quem tinha dúvidas sobre o pedigree, é com tranquilidade que dá para afirmar que toda a esportividade esperada de um Porsche foi mantida. No modo de condução normal, ele é silencioso e confortável, cheio de mimos para quem usa o Macan como veículo do dia a dia. Basta ligar o modo Sport Plus por meio de um comando no volante para que um som futurista invada a cabine. Não é uma réplica do ronco do propulsor à combustão, mas uma sonoridade diferente, empolgante, que varia de acordo com a condução.
A direção é firme e responsiva. Apesar da altura do solo, ele passa uma sensação de aderência e precisão nas curvas. A aceleração é incrível, mesmo para a versão 4 testada. Não apenas ele sai da inércia de forma imediata, como as retomadas em uma situação de condução na estrada e em uma ultrapassagem são rápidas. Só não foi possível testar o modelo em solos com menor aderência, mas ele conta com tração integral para dar conta do recado.
O que fica claro nesse primeiro momento ao volante do novo Macan elétrico é que houve um esforço da engenharia para preservar os elementos que fizeram a fama da Porsche. Há conforto e requinte na cabine, claro, mas uma sensação de esportividade e potência ao guiar. A sensação que passa é a de que o carro é capaz de (quase) tudo. E essa versatilidade explica o sucesso do Macan, que deve se manter na nova geração elétrica.