Assine VEJA por R$2,00/semana
Paulo Cezar Caju Por Paulo Cezar Caju O papo reto do craque que joga contra o lugar-comum
Continua após publicidade

Não é inveja, nem saudosismo: o futebol brasileiro de hoje é uma tristeza

Depois de assistir aos vexames de Vasco, Botafogo e Cruzeiro na Série B, nenhum especialista vai me convencer que evoluímos

Por Paulo Cezar Caju Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 jul 2021, 13h05
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Não sou nostálgico e nem acho que o futebol tenha acabado após a minha geração pendurar as chuteiras. Não acho que tenha nascido fora de época porque, hoje, os salários são milionários, afinal também fiz ótimos contratos. E por já ter passado dos 70 anos e ter vivido intensamente nossa cidade, nossas praias, boates e bares posso comparar cada um desses períodos.

    Publicidade

    Assine a revista digital no app por apenas R$ 8,90/mês

    Publicidade

    Já rodei o mundo, comprei brigas, me dei mal, me dei bem, fui campeão do mundo de 70 em uma seleção que tinha Pelé, Furacão, Tostão, Gerson, Rivellino, Carlos Alberto Torres e Clodoaldo. Assisti de perto a seleção de 82, testemunhei as diabruras do genial Ronaldinho Gaúcho, as canetas do Fenômeno, a arte fenomenal dos discretos Rivaldo e Alex. Fui treinado por meu pai, Marinho, por João Saldanha, Didi e Zagallo. Acompanhei a evolução física dos jogadores já na Copa de 70 e me encanta ver como os goleiros também evoluíram e se valorizaram no mercado.

    Então, ninguém pode dizer que pego pesado em minhas críticas com o futebol atual porque não existe qualquer amargura, inveja ou qualquer sentimento parecido. Sinto, de verdade, uma tristeza profunda. Nesse fim de semana quando vi o meu Botafogo perder para o Brusque, o Vasco empatar com o Náutico e o Cruzeiro perder de três, em casa, para o Avaí, senti um aperto no coração porque, para mim, é ver três histórias recheadas de glórias sendo pisoteadas, humilhadas. Sozinho, sentado no sofá de casa, fechei os olhos e imaginei Garrincha, Amarildo, Quarentinha, Carlos Roberto, Afonsinho e Nei Conceição, Nilton Santos e Roberto Miranda entrando em campo. Lembrei até da irreverência de Túlio Maravilha!

    Publicidade
    • Relacionadas

    Lembrei de Dirceu Lopes, Natal, Evaldo, Nelinho, Piazza, Procópio, Ozires, Zé Carlos, Tostão e Raul Plassmann com o manto azul encantando os torcedores. Do Vasco, lembrei de Ademir Menezes, Almir Pernambuquinho, Juninho, do meio-campo que formei com Guina e Pintinho, e de Dinamite, centroavante raro. Agora, me respondam sinceramente se isso é inveja, nostalgia, rancor ou tristeza pura e verdadeira por termos chegado aonde chegamos? Nenhum especialista vai me convencer que evoluímos.

    No Brasil, hoje, temos dois clubes milionários que vencem adversários medíocres e se acham fantásticos. O time do Náutico, invicto na Segundona e treinado por Hélio dos Anjos, é fraquíssimo, Felipão está de volta com a velha estratégia de sempre de vencer por um gol e desse jeito vamos nos afundando cada vez nessa areia movediça. Preocupado com o pior dos piores, pedi auxílio ao Google para saber quais são os clubes da Terceira Divisão: Paraná, Figueirense, Oeste, Altos, Novo Horizontino, Floresta, Mirassol, Jacuipense, Santa Cruz, Ituano, Ypiranga (RS), Paysandu, Manaus, Ferroviário, Tombense, Volta Redonda, São José (RS) e……meu Deus, dois Botafogos, o de Ribeirão Preto e o da Paraíba!!! Será isso um sinal?

    Publicidade

    Depois dessa só me resta deitar e sonhar com a magia que um dia foi nossa. Já ia me esquecendo de mais uma pérola que ouvi dos analistas de computadores: “O time joga com três linhas compactadas para aumentar a intensidade nas jogadas por dentro”.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.