Show de Rihanna no Super Bowl é vitória contra racismo na NFL
Sem lançar nada inédito desde 2016, a expectativa dos fãs é de que a cantora apresente novas músicas durante o espetáculo
Com o título de “Heroína nacional” em Barbados, onde nasceu, a cantora Rihanna foi homenageada com um feriado nacional no dia de seu aniversário em 20 de fevereiro. No ano que vem, oito dias antes da data em que ela completará 35 anos, em 12 de fevereiro, um outro feriado, desta vez informal, acontecerá nos Estados Unidos. Sem lançar nada inédito desde 2016, e sem se apresentar ao vivo desde 2018, no Grammy, a cantora voltará aos palcos no show do intervalo do Superbowl, a grande final do campeonato nacional de futebol americano (por lá chamado de campeonato mundial, mas onde só jogam times americanos, vá entender). O que importa, no entanto, é que essas apresentações, que duram em média 15 minutos, são responsáveis pelas maiores audiências da TV americana, transmitidas em todo o mundo e movimentam bilhões de dólares em anúncios publicitários. Convidar Rihanna para o show, portanto, é um tiro certeiro que enche os fãs de expectativas. O anúncio, confirmado pela cantora em suas redes sociais, foi feito após rumores de que Taylor Swift teria sido convidada, mas recusou para focar em seu novo álbum.
Em entrevista à rádio online Apple Music 1, o rapper Dr. Dre, que fez o último show do intervalo, ao lado de Kendrick Lamar, Eminem, Mary J. Blige e Snoop Dogg, contou que Rihanna tem a oportunidade de surpreender o mundo. “Eu apenas gosto dela e do que ela faz e de como ela aborda sua arte”, disse Dr. Dre. “É fantástico. Ela tem a oportunidade de realmente nos surpreender. Eu sei que colocamos o sarrafo lá no alto.” Neste ano, a patrocinadora do espetáculo será a Apple Music, que pagou 50 milhões de dólares pelo espaço, antes ocupado pela Pepsi.
O fato é que o retorno de Rihanna aos palcos, especialmente no Superbowl, marcará uma mudança de postura da cantora e também do NFL. Em 2019, ela havia sido convidada para se apresentar, mas recusou a oferta como forma de solidariedade ao jogador Colin Kaepernick, que havia protestado em 2016 contra o racismo, se ajoelhando durante a execução do hino nacional americano antes das partidas – e foi demitido por causa disso. “Existem coisas naquela organização que eu não chego nem perto de concordar e eu não cederia meus serviços para a NFL”, ela disse na ocasião, em entrevista a Vogue.
O tempo passou, a NFL tomou algumas atitudes para mitigar a pecha de racistas, como, por exemplo, ter atualmente cinco treinadores negros comandando os times, um grande avanço, porém insuficiente, já que quase 70% dos jogadores da liga são negros. O próprio show do intervalo também refletiu essa mudança. Além da última apresentação, que contou com Dr. Dre, Snoop Dogg, Eminem, Mary J. Blige, Kendrick Lamar, 50 Cent e Anderson .Paak, a do ano passado teve o rapper The Weeknd e a de 2020 teve a participação de artistas latinos como Shakira, Jennifer Lopez, Bad Bunny, J Balvin e Emme Maribel Muñiz.
A outra grande expectativa dos fãs é pelo aguardado lançamento de seu álbum de inéditas – ou pelo menos de algumas canções inéditas – que poderão ser apresentadas no show. O último disco da artista foi ANTI, de 2016. Após o nascimento de seu primeiro filho neste ano, ela afirmou que tem cantado apenas canções de ninar, mas que os fãs poderiam esperar por novas músicas. “Uma coisa de cada vez”. Se tudo der certo, Rihanna poderá superar o recorde de Katy Perry, que se apresentou em 2015 para uma audiência na TV americana de 118,5 milhões de pessoas. Dona de um patrimônio de 1,7 bilhão de dólares, a maior parte proveniente dos lucros com a linha Fenty Beauty, a apresentação também será uma excelente vitrine para sua marca, onde ela poderá expor seus produtos. Trata-se de um jogo em que ninguém entrou para perder.