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Por Felipe Branco Cruz
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O dia em que Elis Regina ajudou Rita Lee na cadeia

Grandes amigas, as duas cantoras protagonizaram uma das histórias mais impressionantes da MPB

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 9 Maio 2023, 19h17 - Publicado em 9 Maio 2023, 12h44

“Ô, Ovelha Negra, tem uma cantora famosa rodando a baiana, dizendo que vai chamar a imprensa. Ela quer te ver”, disse um carcereiro para Rita Lee. Era 26 de agosto de 1976 e a roqueira, grávida de seu primeiro filho, estava há dois dias presa no Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), acusada de porte e uso de maconha. Rita contava que a Divisão de Entorpecentes bateu na porta da sua casa às 7h30 da manhã procurando por drogas. Após revirar sua casa em São Paulo, os agentes disseram ter encontrado 300 gramas de maconha, que, segundo a cantora, foi plantada pelos policiais. “Eu tinha parado de fumar”, disse ela, por causa da gestação recém-descoberta de Beto Lee. A surpresa de ser interpelada pelo Deic só não foi maior que a visita repentina da tal “cantora famosa na cadeia”: Elis Regina estava lá, do alto de seu 1,53 metro, com o filho João Marcello, então com 6 anos segurando sua mão, enquanto ela gritava com os policiais.  

“Naquela época dos festivais da Record, Mutantes e Tropicalismo, Elis passava pela gente virando a cara. Ela fez parte daquela passeata contra o uso da guitarra elétrica na música brasileira. A última pessoa que eu esperava que fosse me visitar na cadeia era a Elis”, contou Rita em entrevista a Ronnie Von. Começava então uma das amizades mais curiosas da história da MPB. 

A roqueira conta que Elis a abraçou, perguntou se estava sendo bem tratada, e chegou a ordenar que um dos policiais saísse para comprar comida para ela – “Deu dinheiro e ainda pediu troco”, revelou Rita. A presença de Elis, então respeitadíssima, teria sido importante para amenizar a sentença que veio depois: a roqueira foi condenada a um ano de prisão domiciliar. A relação tempestuosa de Rita e a ditadura militar, porém, ainda renderia mais capítulos. A cantora foi uma das mais censuradas pelo regime, que a via como um símbolo da rebeldia hippie da época e uma inimiga da moral e dos bons costumes. 

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Já a amizade entre Elis e Rita daria ótimos frutos. As duas se tornaram companheiras inseparáveis. Gravaram juntas, participaram de programas de TV e Rita compôs Doce Pimenta em homenagem à amiga. Aliás, adivinha só de onde foi que Elis tirou o nome Rita para batizar sua filha, Maria Rita? Confira abaixo o especial da Bandeirantes com as duas cantoras:

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