O soft power sul-coreano está com tudo, e a banda de k-pop BTS é um dos nomes mais notórios da dominância cultural do país asiático. O grupo é tão importante que talvez consiga driblar o serviço militar obrigatório do país. Mas isso deve depender do aval da população. Nesta semana, as autoridades do país asiático anunciaram que cogitam conduzir uma pesquisa pública para decidir se os músicos do BTS devem ou não receber dispensa, relatou o jornal americano The Washington Post.
A discussão ganhou força nos últimos meses, já que o mais velho do grupo, Jin, precisará se alistar em dezembro, quando completa 30 anos de idade. Diante disso, o ministro da Defesa sul-coreano, Lee Jong-sup, pediu que as autoridades cogitem uma pesquisa pública sobre o tópico. Ele ainda informou que seu ministério analisará fatores como o impacto econômico do BTS, a importância do serviço militar e o interesse nacional para chegar a um veredito.
Em um comunicado posterior, Lee esclareceu que ainda não sabe se a pesquisa será necessária, mas que as autoridades estão estudando sua viabilidade, incluindo detalhes como qual seria a agência responsável por conduzi-la, quanto tempo levaria e quem seria consultado. A declaração também diz que o processo, se realizado, será feito por uma organização terceirizada, não pelo ministério ou autoridades locais, garantindo assim a neutralidade do resultado.
Nos últimos anos, algumas pesquisas informais sobre o tema já foram realizadas no país, mas sem uma conclusão definitiva. No início de 2022, um levantamento mostrou que 60% dos entrevistados apoiam a isenção militar para os membros do BTS. Já em uma consulta de 2020, o apoio à dispensa era de 46%, enquanto 48% se opunham à ideia.
Essa não seria a primeira vez que a popularidade do grupo bate de frente com o Exército do país. Em 2020, foi aprovada no Parlamento local a chamada Lei BTS, que permite que membros de grupos de k-pop adiem em dois anos o prazo máximo para o alistamento obrigatório. No geral, os homens precisam se apresentar ao Exército de lá entre os 18 e os 28 anos, mas a lei permite que as estrelas façam isso até os 30, para que o serviço não aconteça no auge da carreira.
Caso a isenção seja efetivada, ela não será inédita. Por lei, todos os homens aptos na Coreia do Sul devem servir de 18 a 21 meses nas forças armadas, mas o país dispensa atletas, músicos clássicos e bailarinos que conquistam grande prestígio nacional. Recentemente, alguns políticos e fãs se movimentaram para incluir estrelas do K-pop no escopo, levando em conta a contribuição do gênero na difusão da imagem do país internacionalmente.