Tanto a música pop conhecida como K-pop, quanto os famigerados doramas (ou k-dramas, as novelas locais) vêm se provando excelentes artifícios para propagar a cultura da Coreia do Sul pelo mundo. Tamanha é a importância dessa difusão que o governo sul-coreano estuda formas de permitir que os astros do BTS – maior boyband da atualidade – possam conciliar suas atividades artísticas com o serviço militar obrigatório. Nesta segunda-feira, 1º de agosto, o assunto voltou a ser discutido pelo ministro da Defesa Lee Jong-sup em uma sessão parlamentar, na qual disse considerar uma série de opções de serviços alternativos para os membros do grupo. No país, é exigido que os homens fisicamente aptos cumpram cerca de dois anos na atividade antes dos 30 anos de idade.
“[Os membros do BTS] devem vir para as forças armadas, e acredito que haverá uma maneira de darmos a eles a oportunidade de praticar o serviço, bem como permitir que eles deixem o país e se apresentem a qualquer momento se tiverem shows no exterior agendados”, afirmou o ministro. Em maio, o ministro da Cultura, Esporte e Turismo, Hwang Hee, revelou que pretendia aprovar uma nova lei que permita que as estrelas pop sirvam seu país de outra maneira, fora das forças armadas.
Dentre as isenções possíveis até o momento estão músicos clássicos, folclóricos e medalhistas olímpicos, figuras que criaram prestígio nacional. Embora estrelas do pop ainda não tenham conquistado dispensa, é inegável que as regalias estudadas levam em conta que o soft power cultural da Coreia tem o mesmo peso do serviço militar.
O K-pop já provou seu poder na política do país uma vez: no final de 2020, uma emenda feita à lei de serviço militar elevou o limite de idade de 29 para 30 anos, possivelmente tendo o BTS em mente. O integrante mais velho do grupo é Jin, que completa 30 anos em dezembro. Ou seja, se as regras atuais não sofrerem alterações, o cantor deve se alistar ainda este ano.