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O Som e a Fúria

Por Felipe Branco Cruz
Pop, rock, jazz, black music ou MPB: tudo o que for notícia no mundo da música está na mira deste blog, para o bem ou para o mal
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Da MPB ao heavy metal, a nostalgia invade os grandes festivais

Eles estão em alta, e há eventos customizados para todos os gostos e gerações

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 14 Maio 2024, 00h08 - Publicado em 23 jul 2023, 08h00

Há duas semanas, um alquebrado Ozzy Osbourne, 74 anos, foi visto em uma cadeira de rodas dando entrada num hospital de Los Angeles. Desde 2009, o “príncipe das trevas” do heavy metal acumula várias cirurgias na coluna, além de enfrentar a doença de Parkinson. Embora não se saiba a razão da nova visita ao hospital, ela precipitou um anúncio chocante para os fãs: Ozzy cancelou seu aguardado retorno aos palcos, em outubro, no festival Power Trip. A consternação é compreensível: no evento que será realizado na Califórnia, dezenas de milhares de pessoas vão degustar um cardápio de rock pesado composto apenas de atrações, digamos, vintage — e Ozzy será uma baixa importante. Mas haverá outros dinossauros com mais de quarenta anos de estrada para compensar: Iron Maiden, AC/DC, Metallica e, agora, Judas Priest no lugar do ex-vocalista do Black Sabbath.

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A comoção com o cancelamento de Ozzy iluminou um novo fenômeno no mercado de shows: a ascensão dos megaeventos que celebram apenas artistas de um gênero ou período específico da história da música. A tática começou nos festivais tradicionais, que notaram a boa resposta ao reservar uma noite para determinado público ou estilo. Desde o fim da pandemia, a tendência evoluiu para a criação de maratonas nostálgicas absolutamente customizadas — e, claro, muito lucrativas. O Power Trip acontecerá num espaço capaz de abrigar 90 000 pessoas por dia, com ingressos a partir de 600 dólares (2 884 reais). Caso ocorresse nos anos 1980, certamente seria o grande festival de seu tempo.

CULTO À MPB - Gilberto Gil no Coala: ídolos da tropicália são as principais atrações de festival
CULTO À MPB - Gilberto Gil no Coala: ídolos da tropicália são as principais atrações de festival (Mauricio Santana/Getty Images)

Esses eventos saudosistas galvanizam diferentes gerações de fãs ávidos por rever, no mesmo lugar, os ídolos que marcaram sua juventude — seja de qual época ou ritmo que se imagine. Em novembro, uma imensa área ao redor do píer de Huntington Beach, na Califórnia, reunirá em um dia o créme de la créme da new wave, pós-pun­­k e synth pop dos anos 1980. A escalação terá New Order, Tears For Fears, Echo & The Bunnymen, Soft Cell, The B-52s e muitos outros — um combo que fez os ingressos se esgotarem em poucos dias. Em maio, o Cruel World, realizado pela segunda vez nos arredores do estádio Rose Bowl, também na Califórnia, com capacidade para mais 80 000 pessoas, promoveu o retorno da cantora britânica Siouxsie, além de outros astros da época, como Billy Idol, Iggy Pop e The Human League. Já os órfãos do emo e do pop-punk dos anos 1990 têm encontro marcado em outubro, em Las Vegas, no When We Were Young. O festival, que já está em sua segunda edição, acontecerá num espaço com capacidade para mais de 100 000 pessoas (o mesmo onde ocorreu o Rock in Rio Las Vegas). A lista de atrações inclui Green Day, Blink 182, Offspring, Good Charlotte, Simple Plan e Sum 41.

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O apelo de festivais como esses é infalível. Ao se fechar numa bolha temática e confortável, os fãs entram num túnel do tempo em que podem voltar a ser quem eram e reencontrar o pessoal de sua geração, criando um evento único com grande potencial agregador. Um dos primeiros festivais bem-sucedidos desse tipo foi o Desert Trip, em 2016, promovido no mesmo local onde neste ano acontecerá o Power Trip dos metaleiros. A reunião de astros, jamais repetida, contou na época com Rolling Stones, Bob Dylan, Paul McCartney, Neil Young, Roger Waters e The Who.

NÃO FOI DESSA VEZ - Ozzy: o músico cancelou participação em festival
NÃO FOI DESSA VEZ – Ozzy: o músico cancelou participação em festival (Kevork Djansezian/Getty Images)

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No Brasil, o mercado também está caminhando para uma especialização peculiar. Criado há nove anos em São Paulo, o Coala Festival ganhará em setembro sua maior edição. Totalmente focado na nostalgia da MPB, o evento terá como principais atrações grandes nomes do passado como Jorge Ben Jor, Novos Baianos, Marcos Valle, Marina Lima e Angela Ro Ro. Em novembro, vai ser a vez do Rock The Mountain, em Petrópolis, região serrana do Rio. Ele também terá outro recorte marcante: serão só artistas femininas da MPB, entre elas Maria Bethânia, Marisa Monte, Alcione e Daniela Mercury. A nostalgia, vale lembrar, também ajudou a ressuscitar os Titãs, com o retorno dos sete integrantes clássicos numa turnê já vista por 600 000 pessoas. Haja saudades.

Publicado em VEJA de 26 de julho de 2023, edição nº 2851

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