Serafim Abreu, CEO da Time For Fun (T4F), produtora da turnê de Taylor Swift no Brasil, fez um pronunciamento nesta quinta-feira, 23, sobre o caos que ocorreu nos shows da cantora no Rio de Janeiro. Ocorre que, em certo momento da nota, o CEO da empresa diz que a organização poderia ter tomado medidas alternativas para lidar com a onda de calor, entre elas “enfatizar mais a permissão de ingressar com copos de água descartáveis” que “sempre foi liberada” — mas a suposta permissão não constava das orientações ao público compartilhadas pela empresa nas redes sociais.
O extremo calor, aliado às condições ruins dentro do estádio, culminou na lamentável morte da estudante Ana Clara Benevides, após passar mal no estádio Engenhão, na sexta-feira, 17.
Em uma publicação no Instagram de avisos gerais para o primeiro show da cantora no país, no dia 17, uma lista de itens permitidos é informada. Estão ali coisas como ingressos, documentos, barra de cereal, protetor solar e até câmeras instantâneas, mas nenhuma menção a copos de água. Na lista de objetos proibidos, por outro lado, um dos itens diz que não será permitida a entrada de “garrafas, copos térmicos, latas, BEBIDAS, utensílios de armazenagem e embalagens rígidas com tampa”. Um cartaz fixado na frente do estádio também alertava para a proibição de “copos de vidro ou qualquer outro tipo de embalagem”. Nas redes sociais, não faltam relatos de fãs que foram impedidos de entrar com os copos, que eram vendidos no interior do estádio por cerca de 8 reais. “Por que jogaram fora os meus que eram idênticos aos que estavam sendo vendidos lá dentro então?”, questionou um fã na rede social X. “Deixaram muito claro que podia entrar com copo de água, nem a revista sabia”, ironizou outro usuário da rede.
A permissão para a entrada com copos de água apareceu explicitamente somente no sábado, após a morte de Ana Clara. Em outra postagem feita nas redes antes do adiamento do show, a T4F disse que reforçaria a distribuição gratuita de água e permitiria a entrada com copos lacrados, ainda vetando o acesso de garrafas, liberadas somente depois da edição de uma portaria da Secretaria Nacional do Consumidor, que rege os eventos no país. A empresa também diz que ilhas de água gratuita sempre estiveram disponíveis, mas, talvez por causa da má organização, grande parte dos fãs não teve acesso a essa distribuição — tanto que Taylor chegou a interromper a apresentação por mais de uma vez no dia 17 para pedir que levassem água para alguns fãs que pediam.
Vale lembrar que outras medidas citadas como alternativas para lidar com as altas temperaturas, como a criação de locais de sombra nas áreas externas, foram citadas pelos fãs dias antes dos shows. Sabendo da previsão de altas temperaturas, alguns fã-clubes da americana tentaram fazer uma campanha nas redes pedindo ajuda da produtora para minimizar os efeitos do calor nas filas, levando em conta os relatos de desmaios e mal-estar em razão do calor nas filas dos shows do RBD dias antes, mas os apelos não foram atendidos.
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