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Sete assassinatos por hora

Anestesiados, seguimos buscando proteção individual

Por Tânia Fusco
Atualizado em 14 ago 2018, 16h00 - Publicado em 14 ago 2018, 16h00
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  • 63.888 mortos em 2017 – 175 por dia, sete por hora. Maior número da nossa história.

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    164 casos de estupro por dia. 1.133 registros de feminicídio.

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    Os números são do Anuário Brasileiro de Segurança Pública e foram divulgados na quinta-feira, 9, horas antes do primeiro debate entre os 8 presidenciáveis dos partidos com assento no Congresso.

    Números de guerra.

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    Não entraram na roda do debate. Nem causaram o espanto devido em eleitores e elegíveis.

    Banalizada, a violência não assusta o quanto deveria assustar?

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    Anestesiados, seguimos buscando proteção individual contra um coletivo pleno de violências – dos roubos de colarinho branco aos assassinatos cotidianos?

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    Iludidos na segurança privada – comprada por quem pode um cadinho mais -, seguimos acreditando que a violência ainda está no ponto do assusto e não do pavor?

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    Seguimos. Cobrando pouco.

    Conformados com a banalidade do mal crescente, nem exigimos papo reto dos que caçam nossos votos para, eleitos, em nós mandarem, desmandarem ou, no modelo em alta, golpearem.

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    Então. No dia da maior marca de assassinatos dos nossos 518 anos de História registrada a Segurança Pública não entrou em pauta – nem por perguntadores, nem por respondedores candidatos a chefe PR.

    Naquela bancada estavam oito dos 13 pretendentes à presidência do Brasil. Na dinâmica do debate, quatro tiveram chance de chegar à questão.

    Geraldo, monocórdio, repetiu mantra: “Vamos enfrentar duramente o crime organizado – especialmente nas fronteiras –, tráfico de drogas e armas. Integração das Forças Armadas, Polícia Federal, dos estados, criar a Guarda Nacional para proteger também a área rural, onde estão aqueles que moram de maneira mais distante. Apoiar estados. Vamos ser parceiros dos estados, dos governadores, dos prefeitos. Trabalhar juntos neste que é o grande desafio latino-americano e do Brasil.”

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    Álvaro simplificou Geraldo: “Nós temos três itens: financiamento, capacitação e indução de políticas corretas, política de segurança pública de Estado e não de governo. Combate ao tráfico de drogas, combate à produção e ao tráfico de drogas, instituindo uma frente latino-americana”. E mais: como bônus, Moro na Justiça.

    O capitão foi o soldado de sempre. “A violência só cresce no Brasil exatamente porque há uma equivocada política de direitos humanos”. Bateu coturno e ameaçou com um referendo “para que o cidadão possa comprar arma de fogo para sua legítima defesa”.

    O cabo perfilou-se na seara dos sentimentos: “O grande problema que a nação está enfrentando hoje é a falta de amor, a falta de amor ao próximo”. E acabou batendo continência ao Congresso: “Uma das principais pautas da segurança pública chama-se PEC 446, conhecida como PEC 300. Você tem um piso da saúde, você tem piso da educação, baixo, muito baixo, mas não temos o piso da segurança pública. (…)

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    Marina, Ciro, Boulos e Meirelles, não tiveram oportunidade de oferecer ao eleitor sua receita de combate à violência – se duramente e URSAL afora, se sem direitos humanos e armados até os dentes, se apenas com mais amor e piso salarial. Ou se nenhuma das opções acima.

    Sete assassinatos por hora. PCC no comando. Só Deus na causa.

    O pau comendo solto, dólar e euro batendo os cinco e nós, abestados, assistindo ao velho filme da campanha política – 50 tons de descompromisso e generalidades.

     

    Tânia Fusco é jornalista, mineira, observadora, curiosa, risonha e palpiteira, mãe de três filhos, avó de três netos. Vive em Brasília. Às terças escreve sobre comportamentos e coisinhas do cotidiano – relevantes ou nem tanto

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