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Que Bom, o samba jazz do pianista italiano Stefano Bollani

Músico fará shows no país em agosto

Por Flávio de Mattos
Atualizado em 4 jun 2024, 16h22 - Publicado em 27 jul 2018, 16h00

Quem Bom é o título do novo álbum do maior sambista italiano, o pianista Stefano Bollani. É o segundo disco ele grava no Brasil. O primeiro, Carioca, lançado em 2007, traz suas interpretações para um repertório de clássicos da música brasileira, como Tico Tico no Fubá. Já Que Bom é formado, quase todo, por composições suas, em que a linguagem do samba predomina, reforçada pela seção rítmica com baixo, bateria e dois percussionistas brasileiros.

“Eu queria estar cercado por percussão, porque o piano é parte dessa mesma tribo, ainda que seja uma percussão mais suave” explica Bollani. “Sempre fui apaixonado pela maneira como a música brasileira casa a harmonia do jazz com os ritmos africanos. No meu disco, busco esse sincretismo, esse som envolvente da percussão brasileira, com vitalidade e a energia que só ela tem”.

Bollani conta que sua paixão pela música brasileira vem desde pequeno. O primeiro contato ocorreu aos 13 anos, de forma absolutamente inusitada. Na época, quando a tevê saía do ar, ficava na tela o símbolo da emissora, com um ruído de fundo. Em uma noite, ao invés do ruído, o operador resolveu colocar música. O disco escolhido foi o super clássico Getz / Giberto (1964).

Era a primeira vez que Stefano Bollani escutava Garota de Ipanema, Desafinado, Corcovado e Só danço o samba. Ali ele descobriu a bossa nova de João Gilberto e o jazz de Stan Getz. O álbum Getz / Gilberto é, até hoje, seu disco de cabeceira e João Gilberto, uma referência em sua obra.

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Nascido em 1972, Stefano Bollani se iniciou no piano aos seis anos de idade. Formou-se em música clássica no Conservatório de Florença, mas resolveu se dedicar ao jazz. Em 1996 iniciou a colaboração com o trompetista Enrico Rava, que se tornou seu mentor. Juntos gravaram 14 álbuns, entre eles o duo, The Third Man (2007) com Retrato em Branco e Preto.

Que Bom é o 32.o álbum de estúdio na carreira prolífica de Stefano Bollani. A sua banda está formado por: Jorge Helder, no baixo; Jurim Moreira, na bateria; Armando Marçal e Thiago da Serrinha nas percussões. Todos grandes músicos, que garantem a melhor cozinha brasileira para esse sambista italiano.

O disco tem a participação de convidados muito especiais também, como Hamilton de Holanda, João Bosco, Jacques Morelenbaum e Caetano Veloso. Caetano faz o alter ego de Bollani cantando La Nebbia a Napoli, belíssima canção que o pianista escreveu para sua mulher.

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Stefano Bollani fará, em agosto, a turnê do álbum Que Bom no Brasil. Estará em Recife (12); São Paulo (14); Belo Horizonte (15) e Brasília (20). Bollani ao vivo, aliá, é todo um espetáculo. Toca o piano com todo o corpo, movendo-se, retorcendo-se, deixando-se levar pela música.

No vídeo a seguir, sua composição Galápago é acompanhada pelo making of da gravação no Brasil. E para se ter uma ideia do que é o show de Bollani, aí vai um exceto de sua apresentação no Festival Umbria Jazz, na Itália, há duas semanas.

 

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