Então fica combinado assim, conforme o próprio Luiz Henrique Mandetta, o enfraquecido ministro da Saúde, apressou-se a anunciar logo depois que o governador Ronaldo Caiado (DEM-GO), a quem deve o cargo, rompeu com o governo: ele fica onde está, sim, e tão cedo sairá. Agarrou-se à cadeira.
Sabe como é… Não disse, mas o que seria do país, em hora tão grave, se o governo perdesse uma de suas poucas vozes sensatas – ele mesmo? Se pedisse demissão, a equipe que montou no ministério possivelmente sairia também. É duvidoso, mas…
Desautorizado publicamente pelo presidente Jair Bolsonaro, achou melhor engolir a seco e continuar à frente do mais duro combate travado por uma autoridade médica como ele nos últimos 100 anos. Não mais à frente, forçoso reconhecer. Meio de lado.
A ler-se ao pé da letra o que ele proclamou, nem se quiser sair, ele sairá. “Saio daqui na hora que acharem que eu não devo trabalhar, o presidente achar, porque ele que me chamou, ou se eu estiver doente”, avisou. Sairá, portanto, só demitido ou doente.
Quer dizer: por eventualmente divergir da orientação que possa receber de Bolsonaro, não sairá. Simplesmente obedecerá. Foi o que começou a fazer de imediato. Perguntado sobre a quarentena, respondeu que ela “foi precipitada e desarrumada”.
Ninguém no governo Bolsonaro é ministro. Está ministro. E Mandetta não tem a menor garantia de que estará ministro por muito tempo. O apoio dos militares à sua permanência no cargo indicaria que, por enquanto, Mandetta é imexível. A ver.