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Bolsonaro, entre o apelo à ordem e o desfrute da desordem

O ex-sindicalista fardado hesita

Por Ricardo Noblat
Atualizado em 30 jul 2020, 19h08 - Publicado em 22 fev 2020, 08h00
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  • Uma vez que o governador Camilo Pena (PT), do Ceará, pediu o envio de tropas da Força Nacional para restabelecer a ordem no seu Estado ameaçada por policiais fantasiados de milicianos, Jair Bolsonaro fez o que lhe cabia – atendeu-o.

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    Mas é a favor dos baderneiros mascarados, que usam seus próprios familiares como escudos humanos a exemplo dos terroristas do Estado Islâmico, que bate o coração do outrora sindicalista militar afastado do Exército por indisciplina.

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    Foi por ser um bom atleta que Bolsonaro começou a chamar a atenção dos superiores em sua fase inicial na caserna. Na fase terminal, destacou-se por reivindicar melhores salários para a soldadesca e tramar atentados a bomba em quartéis.

    O sindicalista fardado deu lugar ao deputado federal de uma nota só – a defesa intransigente de tudo o que pudesse interessar aos seus antigos pares. Foi entre eles que montou sua base eleitoral. O resto é história conhecida.

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    Empossado na presidência, dedica-se desde o primeiro instante em fazer o gosto dos que o apoiaram incondicionalmente – e, entre esses, estão os militares e os policiais beneficiados com suas medidas.

    E agora? Como comportar-se quando o dever lhe impõe que não compactue com greves ilegais, e ele, no entanto, hesita em bater de frente com seus devotos? É real o perigo de a sedição armada no Ceará alastrar-se a galope por outros Estados.

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    Anteontem, em Fortaleza, no 18º batalhão da Polícia Militar transformado na central da desordem, os amotinados receberam a visita de um deputado que lhes prometeu o apoio de Bolsonaro. A massa respondeu com gritos de “Mito. Mito”.

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    Assim como Bolsonaro não disse até aqui uma só palavra a respeito do ataque do general Augusto Heleno ao Congresso chamado por ele de “chantagista”, também não disse uma só contra a insubordinação dos seus seguidores no Ceará.

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    Pelo contrário. No número semanal que encena no Facebook, preferiu debochar do senador Cid Gomes (PDT-CE), atingido por dois tiros ao valer-se de uma retroescavadeira para tentar pôr fim à ocupação de um quartel em Sobral.

    Ontem à noite havia 10 quartéis no Ceará sob o controle de policiais em pé de guerra. A Força Nacional não será usada para desalojá-los. Em apenas dois dias, 51 pessoas foram assassinadas. Antes da rebelião, a média era de 12 homicídios.

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    Bolsonaro não é o primeiro presidente da República a testemunhar rebeliões de policiais militares durante o seu governo. Mas nenhum presidente como ele foi tão umbilicalmente ligado e dependeu tanto do voto dessa gente.

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