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Ao meu Rio, com carinho

… quero falar de beleza. Não da tristeza do Brasil que se avizinha.

Por Mirian Guaraciaba
Atualizado em 30 jul 2020, 20h06 - Publicado em 11 dez 2018, 14h00

Em 2018, ao completar 90 anos, Thereza Miranda, uma das artistas plásticas mais reconhecidas do Brasil, deu dois presentes aos cariocas – e a quem mais chegou por aqui. Em agosto, expôs “Memórias” em parceria com seu colega, ex-aluno, Bruno Big, 38 anos. Fotogravuras do Rio, entre outros cenários. Em outubro, o Museu Nacional de Belas Artes do Rio brindou a cidade com mostra de 67 gravuras premiadas de Thereza. A exibição começou em outubro e vai até 16 de dezembro.

Thereza percorre as praias e montanhas do Rio, cenários de Búzios, Ouro Preto, e cidades do mundo por onde andou. Thereza nasceu no Rio de Janeiro. Aqui, cresceu. Fez Filosofia na PUC do Rio. E lá leciona Gravura e Ilustração, há mais de 40 anos. Zuenir Ventura, jornalista e imortal, a chama de “Garota de 90 anos”. Ela é isso. Mais que isso.

Elegante, espírito leve, Thereza coleciona amigos. Presença constante nas manhãs de domingo, no Café Leblon, a garota de 90 anos vem a pé de Ipanema, jogging e tênis, e na mesa barulhenta e divertida comandada por Ana, jornalista e empresária, divide histórias. Certa vez, sem conhecer Carlos Drummond, deixou no seu prédio uma de suas gravuras, presente pelos 70 anos. Em agradecimento, Drummond dedicou versos a Thereza.

No Café Leblon se revela o desejo mais agudo de ver renascer o Rio de Thereza Miranda, das telas e gravuras, das poesias, de graça e rara beleza. A gente do Rio não quer se render ao baixo astral particular de politicos conservadores e autoritários. Nem se entregar à selvageria dos bandidos.

Não, não há expectativa em relação aos governos que tomarão posse em janeiro. Witzel e Bolsonaro? Dupla intolerável, para não ser indecorosa. Sem falar em Crivella, prefeito do nada. O Rio terá que ser nossa Fenix, renascendo literalmente das cinzas.

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Gestos de amor pelo Rio, como os de Thereza Miranda, tem se multiplicado. Em abril de 2018, com 1470 obras de arte, entre elas Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Portinari e Lasar Segall, foi aberto ao público o Instituto Casa Roberto Marinho, no Cosme Velho. No solar, vizinho à floresta da Tijuca, morou por mais de 60 anos o jornalista e proprietário das Organizações Globo. A coleçao de obras é de de tirar o folego.

A reforma da casa, assinada pelo arquiteto Glauco Campello, responsável pela restauração do Paço Imperial do Rio de Janeiro. expôs 10 mil m² de jardins projetados por Burle Marx, e esculturas de Bruno Giorgi e Maria Martins. Um belo passeio. Cinema, cafeteria, livraria e espaço educativo.

Pouco tempo depois da familia Marinho, foi a vez da Federação da Indústria do Rio de Janeiro inaugurar a Casa Firjan, misto de polo de estudos, centro cultural e fábrica de ideias. Nos jardins, misturam-se um casarão histórico, um prédio novo de quatro andares, e duas casas geminadas — 10 mil metros quadrados de terreno e 7 500 de área construída.

Todos os acenos de amor pelo Rio valem a pena. Porto Maravilha, Aquário, Museu do Amanhã, Museu de Arte do Rio, inaugurados há poucos anos. E o que se preserva, como jóia da cidade: o Prêmio da Musica Popular Brasileira comemorando 30 anos em 2018.

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Nesse Rio – castigado, nunca resignado – nos primeiros dias dezembro, voltou gloriosa a Árvore de Natal da Lagoa. Foram dois anos sem festa. Parece pouco. Não é. Das lendas que embalam o dia a dia do Rio e dos cariocas, as marcas da cidade são vitais. Não dá para viver sem suas histórias. Não dá para viver sem a alegria de sua gente. Sonhar ainda é permitido. Nem Witzel, nem Crivella, muito menos Bolsonaro, serão capazes de impedir o renascimento da cidade maravilhosa. Que venha a Fenix, apesar deles.

 

Mirian Guaraciaba é jornalista, paulista, brasiliense de coração, apaixonada pelo Rio de Janeiro  

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