Assine VEJA por R$2,00/semana
Murillo de Aragão Por Murillo de Aragão
Continua após publicidade

Tempo de indefinições

Pendências envolvendo candidaturas ainda podem mudar o jogo

Por Murillo de Aragão 30 jan 2022, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Estamos no fim de janeiro e ainda existem indefinições no quadro pré-­eleitoral a serem consideradas. Vamos a elas. No campo da esquerda, Ciro Gomes (PDT) se lançou candidato à Presidência sem certeza do apoio que poderá angariar tanto à esquerda quanto à direita. O seu partido é uma força média, mas Ciro depende de fatos novos para alavancar sua candidatura. Seu desafio maior é romper o isolamento, já que, à esquerda, PT, PSB, PCdoB e PV negociam a construção de uma federação partidária que deverá dar suporte à candidatura do ex-presidente Lula (PT).

    Publicidade

    Há outras indefinições importantes na esquerda, como a viabilidade, ou não, da aliança entre Lula e Geraldo Alckmin, que visa posicionar o petista mais ao centro. Por enquanto, apesar dos sinais emitidos por Alckmin de que deseja a vaga de vice, nem o seu partido está definido. Tanto no PT quanto entre aliados do ex-governador há resistências ao projeto.

    Publicidade

    Sergio Moro ainda decide se fica no Podemos. Caso não migre para o União Brasil — cobiçado sobretudo pelos bilionários recursos que receberá dos fundos partidário e eleitoral —, fica a incógnita sobre com quem formará sua chapa.

    No PSDB, João Doria prossegue buscando consolidar uma candidatura até agora fraca nas pesquisas. Ele também não definiu o perfil do seu vice. Embora remota neste momento, uma eventual união entre Moro e Doria não deve ser totalmente descartada, sobretudo se as pesquisas apontarem ser competitiva uma composição entre os dois principais nomes da centro-direita liberal.

    Publicidade

    “Lula está com um pé no segundo turno, e Bolsonaro pode acompanhá-lo, mas o cenário permanece em aberto”

    Continua após a publicidade

    Outros pré-candidatos são o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), os senadores Alessandro Vieira (Cidadania) e Simone Tebet (MDB), e o cientista político Luiz Felipe d’Avila (Novo). Com cerca de 1% das intenções de voto, podem acabar desistindo.

    Publicidade

    Em termos de estrutura partidária, além do União Brasil, o PSD é o partido mais cobiçado: por ser uma legenda centrista, pode compor com Bolsonaro, Lula, Doria ou Moro. O Cidadania e o MDB são alvos de Doria. O Cidadania também é procurado por Moro, assim como o Novo. Na direita, o presidente Jair Bolsonaro coleciona desafios. A sua entrada no PL está sendo digerida, ele não definiu o perfil de seu vice e, ainda por cima, tem de administrar conflitos entre os aliados. Bolsonaro depende também da melhora da economia e da eficiência do governo. Mesmo com esses desafios, ele deve ter uma estrutura de campanha forte, já que, além do PL, também o PP, o Republicanos e o PTB devem apoiar a sua briga pela reeleição.

    As pesquisas mostram estabilidade desde outubro: Lula lidera com folga, com 44%; Bolsonaro se mantém em torno de 24%; Moro está estabilizado no patamar de 8%. Em janeiro de 2018 Lula tinha 37% e Bolsonaro 16%, segundo o Datafolha. Lula já está com um pé no segundo turno e Bolsonaro pode acompanhá-lo. Em todas as eleições desde a redemocratização, a esquerda sempre emplacou um candidato no segundo turno, exceto em 1994 e 1998, quando FHC venceu no primeiro. Mesmo nesses dois anos, o segundo colocado era da esquerda: Lula. As indefinições mencionadas, porém, ainda podem alterar o jogo. Enquanto não forem desvendadas, a cena eleitoral de outubro permanecerá em aberto.

    Publicidade

    Publicado em VEJA de 2 de fevereiro de 2022, edição nº 2774

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.