Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana

Murillo de Aragão

Por Murillo de Aragão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Continua após publicidade

Reforma tributária: Uma reflexão

Pressupostos para orientar a discussão, ainda mais necessária agora

Por Murillo de Aragão Atualizado em 4 jun 2024, 14h07 - Publicado em 26 jun 2020, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • A crise causada pelo coronavírus nos trouxe dificuldades novas que terminam por agravar questões estruturais. Um dos problemas antigos que mais penalizam o sistema produtivo brasileiro e, consequentemente, a geração de empregos e renda é o sistema tributário.

    O tema é debatido há mais de trinta anos no Congresso, mas só nos últimos dois ganhou impulso, com o empenho do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). Com a pandemia, a necessidade de reformar o sistema tributário ficou ainda mais urgente.

    Mas fazer uma boa reforma tributária é uma navegação imprecisa, cheia de desafios e obstáculos. Ainda assim, devemos considerar que o debate deve prosseguir não apenas no âmbito constitucional, mas também nas esferas infraconstitucional e burocrática. Proponho, para reflexão, alguns pressupostos que devem orientar a necessária reforma tributária.

    ASSINE VEJA

    Wassef: ‘Fiz para proteger o presidente’
    Wassef: ‘Fiz para proteger o presidente’ Leia nesta edição: entrevista exclusiva com o advogado que escondeu Fabrício Queiroz, a estabilização no número de mortes por Covid-19 no Brasil e os novos caminhos para a educação ()
    Clique e Assine

    O primeiro é o de que não devemos ser inocentes a ponto de acreditar que teremos, no curto prazo, uma reforma acabada. A meta é promover avanços por etapas e com tempos de transição. Temos de propiciar condições para o desmame do sistema vigente.

    Continua após a publicidade

    O segundo pressuposto é o de que devemos reduzir, desde já, o custo da legalidade, tornando o sistema mais simples de ser acessado pelo contribuinte. Gastamos por ano no Brasil quase 2 000 horas apenas para pagar impostos. Trata-se de desperdício de uma energia que poderia ser dedicada a atividades produtivas.

    “Não devemos acreditar que teremos, no curto prazo, uma reforma acabada; a meta é avançar por etapas”

    Um fundo de compensação para equilibrar perdas e ganhos da reforma deve ser constituído pelos entes federativos. É natural que existam vencedores e perdedores. Por isso é preciso compensar a perda de receitas até que o novo sistema se estabilize. A reforma não avançará sem a previsão de compensações.

    Continua após a publicidade

    O quarto pressuposto é o de que devemos acabar com isenções e benefícios tributários, a partir da convicção de que o sistema deve gerar competitividade, e não distorções que justifiquem isenções. Será uma grande batalha, mas deve ser enfrentada.

    No entanto, algumas atividades vitais para a dinâmica da economia, para o bem da saúde pública e para o desenvolvimento social e cultural da sociedade — tais como telecomunicações, transportes, alimentos, medicamentos, diversões, turismo — devem ter cargas tributárias justas e não abusivas como hoje em dia. E esse é o quinto pressuposto.

    A reforma deve ter como sexto pressuposto monetizar a preservação do meio ambiente e estimular o desenvolvimento sustentável com cargas tributárias adequadas. O Brasil tem imenso potencial ambiental e de desenvolvimento sustentável. O novo sistema tributário deve reconhecer essa potencialidade.

    Continua após a publicidade

    Como sétimo pressuposto, devemos ter, no âmbito da reforma, um Estatuto do Contribuinte, a fim de assegurar direitos a quem paga a conta, seja com agilidade na entrega de certidões, seja com previsibilidade e estabilidade de regras.

    Por fim, como oitavo pressuposto, devemos estabelecer que a elaboração da política tributária deve ser de responsabilidade do Congresso Nacional, a partir do Orçamento da União. Às auto­ridades econômicas caberá executar tal política, definida pelos legisladores. É uma exigência da democracia.

    Publicado em VEJA de 1 de julho de 2020, edição nº 2693

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.