É HOJE! Assine a partir de 1,49/semana

Murillo de Aragão

Por Murillo de Aragão Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO
Continua após publicidade

O Centrão vai ao mar

Partidos da base terão de se dividir para eleger parlamentares

Por Murillo de Aragão Atualizado em 4 jun 2024, 13h45 - Publicado em 28 Maio 2021, 06h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • O Centrão e ex-integrantes do bloco como o MDB e o DEM estão divididos em relação ao governo. A fragmentação é visível, por exemplo, na CPI da Pandemia. O relator, Renan Calheiros, prócer do MDB, é notadamente um oposicionista do presidente Jair Bolsonaro. Já os senadores Fernando Bezerra e Eduardo Gomes, do mesmo partido, são os líderes do governo, respectivamente, no Senado e no Congresso. Na Câmara, o MDB tem em Baleia Rossi, presidente da sigla, um adversário de Bolsonaro.

    No DEM, a divisão é semelhante. Marcos Rogério, senador por Rondônia, é um dos maiores defensores do governo na CPI. Já ACM Neto, presidente da sigla, alimenta um discurso de independência, ainda que em seus quadros haja uma importante ministra, Tereza Cristina. O DEM terá de decidir como e onde deve ser bolsonarista ou não.

    No PSD, a situação começa a ficar mais clara. Um dos articuladores do governo, Fábio Faria, é do partido, mas está de saída, já que a legenda caminha para a independência. Como consequência, a sigla deverá, gradualmente, perder espaço no governo. PP, Republicanos e PL continuam firmes no barco bolsonarista. O PSL mantém um pé lá e outro cá nos botes da política.

    À medida que a pré-campanha eleitoral for esquentando, o Centrão deverá se dividir ainda mais. Sem coligação para eleições legislativas, os partidos precisarão construir campanhas majoritárias fortes. Legendas como o PSD deverão lançar candidato presidencial independentemente da união do Centrão. Ou buscar alianças potencialmente vencedoras nos estados.

    “O que importa às legendas é ampliar as suas bancadas e, a partir daí, negociar a relação com o governo”

    Continua após a publicidade

    A força dos partidos reside no tamanho de suas bancadas. Assim, o que importa às legendas é ganhar espaço no Congresso e, a partir daí, negociar a relação com o governo. Fundos eleitorais e partidários estão relacionados ao tamanho das bancadas. O desempenho nas eleições legislativas é, portanto, um fator essencial. Mas não só isso.

    Alguns partidos do Centrão veem a potencialidade da campanha “nem nem”: nem Bolsonaro nem Lula. O primeiro devido às mortes na pandemia; o segundo por causa das questões inconclusas da Lava-Jato e do ainda expressivo antipetismo. Nesse contexto, arriscar uma candidatura presidencial pode ser uma boa aposta — vai que dá certo. Partidos do Centrão e do centro político, como o PSDB, devem pensar seriamente em ter candidaturas visando a fortalecer as suas estruturas no Congresso.

    Outro aspecto é que os caciques jogam nas fichas pretas e nas vermelhas do cassino eleitoral. Preocupam-se com a questão nacional, mas se orientam pela manutenção da hegemonia estadual. Daí existir histórica tendência de coligações majoritárias conflitantes. Tais circunstâncias vão levar os partidos do Centrão ao mar, em busca da pescaria de deputados e senadores. Voltarão ao porto — o Congresso — em 2023 com força para continuar a impor o regime semipresidencialista em vigor no Brasil.

    Continua após a publicidade

    Seja quem for o próximo presidente, negociar com o Centrão ou com pedaços dele será parte da construção da governabilidade porque, mesmo com o fim das coligações legislativas e as barreiras de desempenho, ainda teremos significativa fragmentação partidária.

    Publicado em VEJA de 02 de junho de 2021, edição nº 2740

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.