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Por que o governo usa dinheiro dos brasileiros para salvar a Argentina?

BNDES não produz reais: é dos suados impostos de todos que sairá a ajuda a uma administração que não tem crédito, não tem dólar e não tem juízo

Por Vilma Gryzinski 2 Maio 2023, 15h31

O objetivo, obviamente, é político: linhas de crédito para empresas brasileiras que exportam produtos para um país que não tem mais como pagá-los. Com esse movimento, o atual governo brasileiro acentua a guerra ao dólar – promovida primordialmente pela China – e premia um presidente que já está sendo puxado para dentro do abismo.

Desmoralizado, fora de uma campanha pela reeleição que redundaria em nada, com inflação de mais de 100%, dólar alucinado a mais de 460 pesos e cofres vazios, sem esquecer a taxa de juro aumentada para 91%, Alberto Fernández encontrou em Lula da Silva a oportunidade para não ter que fugir de helicóptero da Casa Rosada, a opção extrema que aconteceu com Fernando de la Rúa no trágico dezembro de 2001. Não deixa de ser também uma retribuição ao amigo que o visitou na prisão.

É sempre de interesse do Brasil que a Argentina não naufrague e seja um parceiro saudável, para benefício mútuo. Mas o que garante que os muy amigos não afundarão antes? E que recursos para os quais contribuem todos os brasileiros não serão desperdiçados ou coisa pior? “Obviamente, tem toda uma governança interna do ponto de vista de garantias, de exigências que precisam ser cumpridas”, segundo as palavras do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, ao Globo.

Obviamente, o nível de confiança na Argentina é abissal.

Mas os políticos argentinos, com o ministro da Economia, Sergio Massa, à frente, estão certos, do seu ponto de vista, em recorrer a todos os derradeiros recursos, tendo esgotado um arsenal que já não era nenhuma maravilha. Antes da viagem ao Brasil, Massa anunciou o swap com a China para utilizar a moeda chinesa, oficialmente chamada de renmenbi, nas importações cuja semiparalisia contribui para agravar uma economia agonizante.

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O momento é tão grave que um aventureiro como Javier Milei, que prega a dolarização da economia, entre outras medidas extremas, continua a figurar nas pesquisas como um dos candidatos favoritos à presidência, com a possibilidade de desbancar o nome ainda a ser escolhido candidato pela oposição ou o nome ainda a ser escolhido pelo peronismo.

A dolarização significaria que o país simplesmente abriria mão de ter política econômica e monetária, tão impensável que é repudiada por todas as forças políticas. Dá para imaginar a Argentina como um Equador, pedindo para ter papel moeda aos Estados Unidos?

A situação é tão extrema que a ex-presidente Cristina Kirchner, nominalmente vice de Fernández, com quem não fala mais, está dando lições de economia. Ela foca os ataques na “política enlatada” do FMI, o último recurso dos endividados que fazem coisa feia na economia.

Quer dizer, último antes que o governo brasileiro atirasse uma boia de salvação.

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No campo da movimentada geoestratégia mundial, essa boia engloba interesses mais amplos. Um dos documentos secretos do Pentágono revelados por um jovem militar especialista em tecnologia diz que a China tem o objetivo estratégico de promover a desdolarização em ritmo acelerado, até 2027, para ficar mais livre e forçar a situação ou até invadir Taiwan.

A defesa da desdolarização feita pelo presidente Lula foi tão enfática que os argentinos pensaram em tirar vantagem junto ao governo americano. Um kirchnerista comentou em off, ironicamente, para o jornal La Nación: “Comparados com a política externa brasileira atual, Alberto Fernández e Cristina são Brad Pitt e Angelina Jolie”.

Pois é, o Brad Pitt argentino veio colher em Brasília a única notícia boa que tem em muito tempo. Como nunca notamos antes que ele era tão lindo?

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