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Na Alemanha, até esquerda é de direita e Olaf Sholtz vê nisso sua chance

O candidato social-democrata “sugou” a imagem de equilíbrio e estabilidade de Angela Merkel para a difícil tarefa de ser o sucessor dela

Por Vilma Gryzinski 23 set 2021, 07h51
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  • Confiável, estável, previsível, pragmático, uma fortaleza em matéria de equilíbrio fiscal, tão sem floreios que seu apelido lembra um robô. Em outras palavras, um chato.

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    Olaf Sholtz está adorando ser tudo isso. Ao emular as qualidades que fizeram o sucesso de Angela Merkel, chegando ao ponto de copiar a pose famosa dela com os dedos unidos na frente do corpo em formato de losango, Sholtz passou à frente nas pesquisas para a eleição de domingo e pode vir a ser o Kanzler, o chanceler ou primeiro-ministro que substituirá a mulher mais bem sucedida da história dos regimes democráticos.

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    Sholtz já é mais do que conhecido dos alemães. Como pelo sistema parlamentarista, qualquer partido que seja o mais votado tem que fazer uma coalizão para conseguir a maioria no Bundestag, ele integra o governo atual desde 2018 como ministro das Finanças e vice-primeiro-ministro.

    Ao substituir o legendário Wolfgang Schlaube, que de sua cadeira de rodas (paraplégico por causa de um atentado a bala) comandou a fortaleza alemã – e européia – sem dar o menor refresco aos gastadores vizinhos do sul, Sholtz vestiu o mesmo figurino do antecessor. Os alemães, que não gostam da ideia de bancar a gastança alheia, aprovaram.

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    Sholtz é da ala mais à direita do Partido Social-Democrata, de centro-esquerda. No passado, votou contra a expansão do estado de bem-estar social, em nome do equilíbrio fiscal, e no presente tem sido uma âncora no combate aos efeitos da pandemia sobre a economia.

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    Apelidado de “Sholzomat” – uma mistura de seu nome com autômato em alemão -, ele está sendo beneficiado pelo encolhimento do adversário, Armin Laschet, seu rival em matéria de sem-gracice.

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    Com todas as suas conhecidas qualidades, Angela Merkel não conseguiu manter a União Democrata Cristã na posição de partido mais votado. Laschet não está ajudando. A falta de carisma que beneficia Sholtz, nele funciona contra. Até uma foto infeliz, em que aparece dando risada durante uma visita às vítimas da grande enchente de julho, virou uma hashtag daquelas de detonar a imagem de qualquer um.

    Pegou especialmente mal na faixa das eleitoras mais velhas – a base mais importante de apoio a Merkel – e a vantagem de dez pontos do bloco conservador foi para o espaço. Segundo as últimas pesquisas, o bloco tem 21% das preferências e o Partido Social-Democrata está com 26%. Ambos certamente terão que continuar com a coalizão de governo, talvez com a participação dos Verdes.

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    Tradicionalmente, os social-democratas querem gastar mais, bancando benefícios sociais já incrivelmente generosos, e os democrata-cristãos seguram a carteira e os impostos. Ao se apresentar como um candidato que se preocupa com o bem-estar da população e também com a estabilidade das contas públicas – ou seja, uma versão masculina de Angela Merkel -, Sholtz ficou em posição vantajosa.

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    Mas não garantida: a vantagem dele está diminuindo na arrancada final da campanha. Na última hora, uma parte do eleitorado pode ficar desconfiada com a hipótese de que os social-democratas formem uma coalizão com os Verdes e a Esquerda. Ou sentir que deve a Angela Merkel um presente de despedida, votando nos democrata-cristãos. A primeira-ministra entrou na campanha nos dias finais, na tentativa de evitar que seu partido leve uma surra.

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    Mesmo assim, numa confirmação da herança de estabilidade que a primeira-ministra deixa, não haverá guinadas dramáticas qualquer que seja o resultado.

    De forma geral, países que dão certo não fazem mudanças existenciais a cada eleição. Sholtz – ou Laschet – é uma garantia disso.

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