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Garçom, primeiro-ministro ou ambos? Uma surpresa à italiana

Para quem acha que já viu tudo: de blogueiro a candidato a primeiro-ministro, Luigi Di Maio está crescendo para cima dos políticos tradicionais

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 18h57 - Publicado em 18 nov 2017, 17h12

Luigi Di Maio é de dar inveja aos que sonham se transformar em alternativa política fora de “tudo isso que está ai”. E ele está bem ali, perto do poder.

É difícil não gostar de um político que recebe 20 mil euros como vice-presidente da Câmara dos Deputados, e ainda por cima na Itália, e devolve 15 mil aos cofres públicos porque “dinheiro demais corrompe”.

E é difícil não gostar de Luigi Di Maio, 31 anos bronzeado como uma estátua etrusca e italianíssimo nos ternos tão justos que parecem prensados a vácuo, ex-garçom, ex-peão de obra, ex-estudante de engenharia e de direito.

E talvez futuro primeiro-ministro, posição que se tornou menos absurda ao ser eleito líder do Movimento Cinco Estrelas, um partido populista nascido da descabelada cabeça do comediante Beppe Grillo e do avassalador descontentamento com a política tradicional que já produziu fenômenos tão diferentes quanto Donald Trump e Emmanuel Macron.

Em comum com Macron, além dos ternos agarradinhos, ele tem um relacionamento com uma mulher mais velha, Silvia Virgulti, 41 anos, especialista em comunicações e em decotes abissais que realçam os implantes GG.

Sobre a qual disse outra coisa que o torna mais difícil ainda de ser desgostado: “Não sentimos a diferença de idade, aliás nem dá para perceber. Silvia é muito jovem fisicamente”.

Ao contrário do superintelectualizado presidente francês, Di Maio não faz grandes elocubrações políticas e literárias. Usa linguagem direta, mas não tosca. Criado numa cidadezinha da região de Nápoles, é filho de uma professora de grego e latim e um pequeno construtor

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Como outros políticos europeus que sonham alto, Di Maio passou por Washington para fazer uns contatos. Nada muito importante – exceto por uma reportagem até simpática do Washington Post, provavelmente devido à dúvida: o Cinco Estrelas é de direita ou de esquerda?

O enigma permanece. O Cinco Estrelas, que os italianos resumem como M5S, já conseguiu derrubar um primeiro-ministro mais à esquerda, Matteo Renzi, e agora disputa espaço com o indestrutível Silvio Berlusconi, uma prova italiana de uma máxima bem conhecida no Brasil: existem múmias políticas que sobrevivem a tudo.

O M5S também defende um plebiscito sobre o euro, uma proposta de renda mínima para os mais necessitados e mudanças no sistema financeiro, incluindo o Banco Central. EE um minestrone mesmo.

A juventude de Luigi Di Maio também é outro fator que evidentemente abre portas. Em geral, é positivo ver a ascensão de um representante da geração Y, chamada de “millennials” em inglês, significando os nascidos entre os anos 80 e 90 do século 20.

Como peso pluma em matérias mais sólidas, Di Maio já foi esnobado em reuniões da fechada elite italiana e frequentemente é chamado de diversas variações de idiota. Em italiano, são mais ressonantes.

Não existe uma reportagem, inclusive esta, que deixe de mencionar sua experiência na brava profissão de garçom – brava e, para ele, breve. Luigi Di Maio nunca teve um trabalho fixo, entrando diretamente da militância universitária na política nacional, via blogs. Beppe Grillo e seus simpatizantes nasceram e continuam a florescer via internet, onde muitas vezes parecem uma espécie de seita, outra característica observada em diversos países.

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“Não queremos uma Itália populista, entrevista ou antieuropeia”, disse Di Maio num seminário de investidores, para acalmar os espíritos que empalidecem diante de mais um terremoto.”Queremos continua na União Europeia e discutir as medidas que estão prejudicando a nossa economia.”

A eleição geral será em março e o M5S está passando à frente, nas pesquisas, do Partido Democrático, o de Matteo Renzi. Berlusconi continua vivíssimo e a política italiana é um fragmentado quebra-cabeças. Pode dar tudo.

Inclusive uma versão sem precedentes do refrão da música de Peppino di Capri: “Camariere, champagne”. Só que quem vai fazer o brinde será o “camariere”, o garçom que terá virado primeiro-ministro.

“Todos veem o que pareces, poucos percebem o que és”, diria o mais refinado observador político da Itália e talvez de todos os tempos, Nicolau Maquiavel.

O que será Luigi Di Maio?

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