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Chapados e mentirosos: cinco apliques sobre drogas liberadas

Com a legalização da maconha no Uruguai, mesmo com 60% da população contra, são reeditadas as mentiras de sempre para justificar o liberou geral

Por Vilma Gryzinski 1 jul 2017, 14h36

Muita coisa pode ser dita a respeito do uso de drogas. Dão uma incomparável sensação de bem-estar, aumentam a percepção, muita gente usa ou simplesmente fazem a humanidade e as festas ficarem menos insuportáveis.

Por que os defensores da legalização de substâncias psicotrópicas e correlatos não dizem a verdade a respeito? Porque sabem que as sensações de prazer proporcionadas pelas drogas são acompanhadas de altos riscos.

Daí as mentiras inventadas a pretexto de defender sua liberação. As mais frequentes:

1- A legalização das drogas diminui a criminalidade associada ao tráfico.

Dá para imaginar as “bocas” de São Paulo e do Rio de Janeiro, para ficar nas duas maiores cidades do país, magicamente transformadas em centros de estudos, cultura e alta tecnologia?

A criminalidade tem causas múltiplas e complexas. Mas o laboratório do Colorado, onde o fumacê recreativo foi aprovado em plebiscito estadual no fim de 2012, é um exemplo interessante.

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Homicídios aumentaram em 14,7% entre 2014 e 2015. Os relacionados a tráfico da maconha subiram 70%. Estupros, 10%.

Detalhe importante: o número de homicídios no Colorado, um estado com apenas 5,5 milhões de habitantes, foi de 172 em 2015.

O mais próximo disso mo Brasil é Goiás, também um estado com grande atividade agro-pecuária. Homicídios em 2015: 2 651. Ou 31 por 100 mil habitantes. Aumento de 97% em dez anos.

Muitas pessoas podem querer fumar maconha, em Goiás ou no Colorado, sem qualquer risco de ser importunadas por agentes da lei. Mas alegar que a legalização diminui o crime não tem funcionado nem no Colorado. Imaginem em outros lugares.

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2- Vício em drogas deve ser tratado exclusivamente como problema de saúde pública.

Se isso fosse um argumento válido, os centros de pesquisa sobre doenças virais e infecto-contagiosas deveriam estudar como introduzir no meio-ambiente mosquitos que transmitam a dengue de forma mais rápida. Ou estafilococos ultra-resistentes, o que está bem próximo da realidade.

Por que liberar substâncias que comprovadamente produzem riscos de vício e comportamentos perigosamente alterados? É possível dizer que os seres humanos estão bem acostumados a avaliar vantagens e desvantagens de inúmeros outros hábitos e isso varia conforme o momento histórico.

Mas o argumento da “saúde pública” é uma das falácias mais tolas.

3- O povo decidiu, está decidido.

No caso do Uruguai, não teve voto nenhum. Mais de 60% dos uruguaios se manifestam contra a legalização, desde que começaram as pesquisas sobre o tema.

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O atual presidente, Tabaré Vázquez, que é oncologista e em mandato anterior estabeleceu normas proibindo cigarros em ambientes fechados, também era contra.

O sistema Maconhaguai, em que o estado concede licenças para o cultivo e vende maconha em farmácias, com a produção doméstica “limitada” a seis pés, saiu inteiramente da cabeça de Pepe Mujica, o presidente que já veio ao mundo meio embalado.

Entre suas criações, figura o Instituto de Regulamentação e Controle de Cannabis. Pode dar certo?

4- Maconha medicinal demonstra uso positivo.

É uma das “portas de entrada” mais comuns aos defensores da legalização. Aberta passivamente por inúmeros artigos, todos idênticos, sobre os benefícios para casos específicos de convulsões provocadas por epilepsia.

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Só para lembrar, algumas substâncias que, antes de serem sintetizadas ou ainda em formas purificadas, têm uso medicinal: heroína, fonte do ópio e de outros agentes quase miraculosos na pacificação de dores; toxina botulínica, a bactéria assassina que redundou no Botox, o pacificador de rugas.

Sem falar no conhecido uso da cocaína como anti-depressivo durante a breve janela de oportunidade que existiu entre o fim do século 19 e o começo do 20. Aliás, na Austrália ainda existem casos de prescrição de cocaína como anestésico para feridas na região bucal.

Não é nenhum segredo que anestesia mesmo. Basta olhar nas Cracolândias como o pessoal se comporta.

Médicos, evidentemente, não podem esquecer esta parte: “A vida que professar será para benefício dos doentes e para meu próprio bem, nunca para prejuízo deles ou com malévolos propósitos.”

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5- Fumar unzinho não prejudica ninguém.

É o argumento mais comum fora da esfera dos profissionais da liberação, os advogados ou outro especialistas pagos por ONGs para defender a legalização das drogas.

É também o mais honesto. Ou o menos hipócrita. Tem o poder da defesa do auto-interesse: “Quero fumar sossegado, sem fazer mal ninguém. De preferência, sem incentivar o crime”. Moralmente, é inválido. Mas os seres humanos também estão acostumados a malabarismos morais.

A título de curiosidade, os dez países onde mais os unzinhos são fumados: Islândia (18,3% da população), Estados Unidos (16,3%), Nigéria (14,3%), Canadá(12,7%), Chile (11,8%), França (11,1%), Nova Zelândia (11%), Bermuda (10,9%), Austrália (10,2%), Zâmbia (9,5%).

O Uruguai fica em décimo-primeiro lugar, com 9,3%. Será que a lei do Pepe Mujica vai melhorar esta colocação?

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