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Batalha perdida? Na guerra da propaganda contra Israel, até Hitler vale

A humanidade inteira sai perdendo com um antissemitismo tão virulento que mencionar o líder nazista não tem mais o tabu da história

Por Vilma Gryzinski Atualizado em 24 out 2023, 10h18 - Publicado em 24 out 2023, 08h02

As pessoas comuns, que não estão grudadas nas redes sociais o dia inteiro, apoiam Israel e acham que o país tem o direito de se defender, como mostram pesquisas feitas no Brasil e nos Estados Unidos.

Mas os diferentes tipos de militância ideológica aparecem mais e têm cada vez menos medo de incorrer em barbaridades que representam um retrocesso para a humanidade.

Falar que “Hitler tinha razão” e propor “Câmaras de gás para os judeus” virou lugar comum em redes sociais e até nas ruas de lugares altamente civilizados — a referência ao “gás” foi feita num protesto em Sydney, na Austrália que ainda parece uma avançada combinação de desenvolvimento, estilo de vida tranquilo e convivência pacífica entre populações de origens distintas. Pedir câmaras de gás para os judeus acaba com muito dessa ilusão

Agora imaginem um estádio de futebol americano onde a imagem de Hitler é projetada no telão? Parece inimaginável, mas aconteceu no Spartan Stadium, de Michigan. A universidade estadual que mantém o time pediu desculpas pelo “conteúdo impróprio” e disse que não usaria mais a “fonte terceirizada” responsável por sua divulgação. Um funcionário foi “suspenso” Uma reação insossa diante do absurdo do fato, sem maiores explicações sobre os responsáveis.

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Quem verdadeiramente deseja uma solução para os complexos problemas entre Israel e palestinos não pode deixar de condenar as barbaridades proferidas em defesa do Hamas. A organização terroristas prejudica e dificulta a causa palestina. E há informações surpreendentes: enquanto jovens universitários americanos gritam seu apoio ao Hamas, uma pesquisa feita antes do ataque de 7 de outubro mostrou que 62% dos moradores de Gaza eram contra qualquer ruptura do cessar-fogo em vigor até então.

Mas também é claro que as maiores manifestações contra Israel estão sendo feitas em países com uma grande imigração muçulmana, com o apoio de uma esquerda que, tendo militado no passado contra a maldição do antissemitismo, um dos motivos do esquerdismo de tantos judeus europeus, hoje destrói esse legado honroso

Os números resumem tudo: mais de 100 mil pessoas foram protestar contra Israel em Londres — algumas gritando “Jihad, jihad, jihad”, o que resume o tamanho da encrenca britânica — e menos de 10 mil se reuniram na Trafalgar Square, lembrando, em silêncio, os mais de 200 reféns israelenses desaparecidos em Gaza.

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Numericamente, Israel sempre sai perdendo a batalha da propaganda. Na guerra atual, está mostrando, excepcionalmente, imagens que em geral não revela, para não profanar os mortos. O mais recente pacote de imagens foi tirado, entre outros, das próprias cenas filmadas pelos terroristas do Hamas que torturaram, mutilaram, explodiram, fuzilaram e estupraram mulheres de todas as idades com tamanha violência que muitos corpos mostravam fratura de pélvis, segundo relatos de médicos legistas.

Numa das novas imagens, um pai é morto com uma granada no abrigo antiaéreo de sua casa diante dos dois filhos pequenos, que ficam cobertos de sangue. Um dos meninos aparentemente perde um olho. Os dois correm de encontro à mãe na cozinha. Os assassinos entram em seguida e pedem água.

Algumas pessoas choraram ao ver o vídeo de 43 minutos, que não terá divulgação generalizada antes que todas as famílias das vítimas concordem.

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O objetivo de mostrá-lo a jornalistas é manter viva a memória das atrocidades praticadas em 7 de outubro, já totalmente substituídas pelas imagens da guerra em Gaza e suas consequências terríveis para a população civil.

Israel quer lembrar que foi vítima, mas também pretende cobrar o preço das atrocidades. Segundo o site Ynet, os dois grandes serviços de inteligência, Mossad, para operações externas, e Shin Bet, de atuação interna, formaram uma unidade conjunta para caçar e matar os integrantes do grupo do Hamas que planejaram e executaram a invasão de 7 de outubro. O grupo é chamado de Nukhba. A prática do assassinato dirigido pode prejudicar a imagem de Israel?

“É melhor ter uma imagem ruim do que estar morto”, dizia Golda Meir sobre a eterna questão da propaganda negativa para Israel quando o país revida ataques.

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Devido à impossibilidade da realização simultânea de dois imperativos éticos — que não sejam cometidas atrocidade em Israel e que a população de Gaza não sofra as consequências —, o dilema continua.

E a credibilidade de grandes instituições jornalísticas treme nas bases. No serviço em árabe da BBC, por exemplo, o 7 de outubro chegou a ser saudado como “manhã de esperança” e um correspondente ridicularizou os familiares de uma idosa levada como refém. O caso está sendo “investigado”.

Em outro serviço internacional em árabe, o da France24, uma jornalista radicada no Líbano divulgou no X a seguinte piada: “Perguntaram a Hitler ‘O que você fez com os judeus?’. Ele respondeu ‘Nada demais. Um churrasco com amigos’.”

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E esse o nível de degradação moral que hoje se propaga pelo mundo.

Sobre a inexplicável imagem de Hitler no estádio, foi “explicado” que era parte de um jogo de perguntas e respostas para entreter os torcedores antes da partida. No caso, sobre o local de nascimento de Hitler. Dá para acreditar que, num momento como o atual, alguém faça uma coisa dessa sem considerar todos os envolvimentos?

É quase tão inacreditável quanto receber o antissemita militante Roger Waters com todas as honras. E de olhos bem abertos.

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